Valor Economico de 01 de junho de 2009
Plataforma de candidatos preserva atribuições
Os principais candidatos ao cargo de procurador-geral acreditam que terão desafios a enfrentar no STF e pretendem ser mais enfáticos na defesa do MP contra as críticas feitas pelo presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, à instituição.
O vice-procurador-geral, Roberto Gurgel, considerado como o favorito para o cargo, afirmou que pretende fazer um trabalho permanente para a preservação do MP junto ao Supremo. Tido como discreto, Gurgel ressaltou ao Valor que atuará para manter a competência do MP nos casos em tramitação no STF, como o que envolve o Sombra. "Não confundam cordialidade com falta de firmeza", disse Gurgel aos procuradores. Ele foi o mais votado na lista tríplice da ANPR, com 482 votos.
Wagner Gonçalves, o segundo na lista (429 votos) e também um forte candidato ao posto, defende a participação do MP nas investigações "até para acompanhar e controlar os procedimentos policiais, como as escutas telefônicas". Para ele, o procurador-geral "deve marcar posição com serenidade e equilíbrio" e defender as prerrogativas de investigação com firmeza no STF.
Ela Wiecko, a terceira mais votada (314), defende que o procurador-geral tenha mais iniciativa, e não seja apenas reativo às críticas do STF. "Parece-me necessário que o procurador-geral lidere de maneira mais visível a defesa do MP."
Outros procuradores que lançaram candidatura também defenderam um procurador-geral mais combativo no Supremo. Eitel Santiago, que pertence ao grupo do ex-procurador-geral, Geraldo Brindeiro, afirmou que "os ataques estão se multiplicando e enfraquecendo a instituição". "Alguns colegas acham que a instituição está ferida por não ter respondido aos ataques com força e vigor." Já Blal Dalloul acredita que o chefe do MP deve ter presença mais forte na imprensa. "Assim poderemos influir mais no Congresso."
A expectativa é que o presidente Lula indique um dos três mais votados na lista para a Procuradoria-Geral. No entanto, o presidente pode escolher qualquer integrante da carreira para a chefia do MPF. Lula demonstrou certo desprestígio à lista ao não recebê-la no Palácio do Planalto, na semana passada. Ela foi entregue no protocolo do Planalto. Por outro lado, o presidente escolheu o mais votado nas três últimas sucessões. Foi assim em 2003, com Cláudio Fonteles, e em 2005 e 2007, com Antonio Fernando. Esse retrospecto dá favoritismo a Gurgel. (JB)
segunda-feira, 1 de junho de 2009
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