Conforme publicado no NYT (French Court Says Ban on Gene-Altered Corn Seed Will Remain, Pending Study), o Conseil d’État manteve proibição da utilização de sementes de milho transgênico até que a Corte possa decidir sobre o suporte científico a respeito da segurança no uso dessa tecnologia agrícola. A decisão do juiz Jean-Marie Delarue, que fez referência a um relatório de um comitê de especialistas franceses apontando para a necessidade de aprofundamentos dos estudos sobre a segurança do milho transgênico, foi considerada uma vitória pra os defensores do meio-ambiente.
Leia o comunicado de imprensa do Conseil d’État (em francês): (Communiqué de presse du 19 mars 2008)
Também publicado em: O Estado de Risco
2 comentários:
É importante que contextualizamos a decisão do Conselho do Estado francês com que já foi postado. Assim, relatamos que estamos nessa sociedade de risco diante de um direito reflexivo - que se autoregula - sem resolver a questão. Foi caso comparativo postado por nós. Na Bélgica, a construção de um aeroporto trouxe como consequência a elaboração de um projeto de lei definindo os corredores aéreos. Chegou-se a um impasse porque não houve uma real discussão pública a respeito do que estava sendo proposto. Seguindo orientação da União Européia, o Ministro do Interior francês Boloo indicou para uma moratória a respeito do transgênico do milho. Assim, resultou no consenso que creio o Conselho de Estado ter sido sensível. Por sinal a revista Esprit de mars-avril publica o seu número dedicado "Le Temps des Catastrophes". No Brasil, ao contrário da necessidade desse fluxo democrático para aprovar uma medida importante numa sociedade de risco, houve a liberação da soja transgênica sem a menor cerimônia.
Inspirado pelo intenso debate gerado pelos grãos geneticamente modificados, a revista New Scientist publicou listagem das 25 maiores ameaças potenciais ao meio ambiente do futuro (O Globo, Inovações perigosas. 21.03.08). A preocupação maior deverá ser com a toxicidade de nanomateriais, de acidificação dos oceanos, eventos climáticos extremos, robôs com características biológicas, experiência com vírus geneticamente modificados, a produção de biocombustíveis, a geração de energia a partir do vento e de ondas do mar. Segundo Matt Walker, integrante do grupo de especialistas da Universidade de Cambridge: “Quanto mais adiante no futuro olhamos, mais incertezas temos. Mas isso não quer dizer que não devamos levar os riscos a sério.”
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