Orientação Professor: Jose Ribas Vieira.
RESUMO: Em termos de Constitucionalismo
na América Latina, há uma naturalização do entendimento que na região
predominou o caos institucional, todavia um estudo mais atento demonstra que
grandes juristas latino-americanos não se limitavam à réplica acrítica do
constitucionalismo clássico predominante na Europa e nos Estados Unidos,
construindo pensamentos inéditos, a exemplo do “Novo Constitucionalismo
Latino-Americano”. O objetivo do trabalho, destarte, é contribuir para o
aprofundamento do estudo do constitucionalismo na América Latina, utilizando
como base a obra de Gargarella (Latin American
constitucionalismo, 1810-2010: The engine room of the Constitution) e seu estudo
histórico-jurídico das instituições que emergiram em meio a debates ideológicos
travados entre conservadores, republicanos e liberais, que divergiam quanto a
dois pressupostos básicos: autonomia individual e autogoverno coletivo. O que
se observou na região foi a predominância da aliança forjada entre liberais e
conservadores que visava, precipuamente, a manutenção do status quo,
refletindo na perpetuação de uma ideia mais restrita acerca da democracia ao
longo da história. Assim, a “sala de máquinas” dessas Constituições e seu
arcabouço continuaram inalterados, conservando as tensões sociais e mantendo o
controle nas mãos dos poderes estabelecidos sem a devida abertura à
participação popular. Nesse trabalho, será demonstrado como se pretendeu
garantir a democracia e a normatividade constitucional por meio da análise das
experiências brasileira com a promulgação do Código Florestal e argentina com
as discussões acerca da constitucionalidade da Ley de Medios,
acentuando-se as interfaces do constitucionalismo na América Latina e os
desafios a serem enfrentados.
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