Folha de São Paulo 30 de dezembro de 2012
Taxa foi promessa eleitoral do presidente François Hollande
O Conselho Constitucional da França decidiu ontem invalidar o imposto para os ricos que iria começar a valer em 2013, por dois anos.
O imposto de 75% seria aplicado a rendas superiores a € 1 milhão (o equivalente a R$ 2,7 milhões) e era um dos principais pontos do Orçamento para o ano que vem.
Em comunicado, os magistrados negaram a constitucionalidade dos cálculos do teto do Imposto sobre Fortuna, em particular a soma dos lucros ou benefícios que o contribuinte ainda não realizou.
O governo já informou que enviará uma nova versão do texto à instância.
O Conselho Constitucional foi solicitado pelo principal partido da oposição, UMP (com tendência à direita), totalmente contrário à política fiscal do presidente francês François Hollande.
Essa nova cobrança foi uma promessa de campanha do presidente socialista François Hollande nas eleições de maio passado.
Taxando ricos e grandes negócios, a França esperava arrecadar aproximadamente € 20 bilhões (R$ 54 bilhões). O imposto sobre os ricos teria valor mais simbólico que prático.
Segundo cálculos do jornal "Le Monde", a medida afetaria cerca de 1.500 pessoas, apenas.
Dos € 10 bilhões a serem arrecadados de pessoas físicas, afirmava o governo francês, a maioria -€ 6,2 bilhões (R$ 16,78 bilhões)- viria de pessoas com renda superior a € 150 mil, taxadas em 45%.
Com o aumento das taxas e cortes de gastos, o país esperava atingir a meta de deficit orçamentário de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem. Para 2012, o governo prevê que o deficit alcance 4,5% do PIB.
ECONOMIA ESTAGNADA
Sem experimentar crescimento econômico há três trimestres, mas também escapando da recessão que outros países da zona do euro enfrentam, a França projeta crescimento de 0,8% do PIB para o ano que vem, estimativa considerada otimista por muitos analistas.
No 3º trimestre, a economia francesa registrou alta de 0,1%. As exportações do país se enfraqueceram e a alta taxa de desemprego (10,7% em outubro) pesa sobre os gastos das famílias.
POLÊMICA
Foi o imposto sobre os ricos que colocou o ator francês Gérard Depardieu no centro de uma polêmica com o Palácio do Eliseu.
Na aparente tentativa de burlar o fisco, ele colocou à venda sua suntuosa casa de Paris e se mudou para logo além da fronteira da França com a Bélgica.
O imóvel colocado à venda é uma vasta mansão do século 19 no bairro de Saint-Germain, em Paris, há décadas frequentado por escritores, músicos e marchands.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, chegou a qualificar o comportamento de Depardieu de "patético" e antipatriótico.
"Ser francês significa amar seu país e ajudá-lo a ficar de pé novamente", disse o ministro sobre o episódio.
domingo, 30 de dezembro de 2012
Guinada Liberal na Corte Suprema
Folha de São Paulo 30 de dezembro de 2012
Sob Obama, Corte pode ter guinada liberal
Expectativa de renovação do principal tribunal dos EUA dará a democrata chance de indicar nomes progressistas
Mudança pode ser o legado mais perene do presidente; instância julgará norma do voto e casamento gay em 2013
LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
Ofuscada pelo cabo de guerra entre Casa Branca e Congresso, a Suprema Corte dos EUA se prepara para assumir o protagonismo em 2013 com ao menos três veredictos de potencial histórico e uma renovação de membros que deve alterar seu perfil nos próximos quatro anos.
Embora o Judiciário tenha sido pouco lembrado na campanha presidencial, o segundo mandato de Barack Obama incluirá provavelmente duas e possivelmente quatro indicações à máxima instância jurídica do país, composta por nove magistrados.
ULTRALIBERALISMO
"Com a reeleição de Obama, há 75% de chance de o Supremo voltar à era ultraliberal de [Earl] Warren", escreve Curt Levey, do conservador Comitê pela Justiça.
A alusão é ao juiz republicano indicado por Dwight Eisenhower (1953-61) que, de 1953 a 1969, aboliu a segregação racial em instituições de ensino, ampliou os direitos dos réus, garantiu representação legal a quem não pode pagá-la, alterou a representação distrital e derrubou a reza obrigatória em escolas.
O temor expresso por Levey reflete a preocupação da direita americana e a expectativa da esquerda ante um mandato com poder de afetar o rumo jurídico dos EUA nas próximas duas décadas.
Com a aproximação da aposentadoria dos liberais Ruth Ginsburg, que completa 80 anos em março, e Stephen Breyer, 75 em agosto; do conservador moderado Anthony Kennedy, 77 em julho, e do conservador Antonin Scalia, 77 em março, o Supremo seria a parte mais duradoura do legado de Obama.
(Embora caiba aos magistrados definir o momento de se aposentar, apenas 11 dos 103 antecessores da atual corte permaneceram no cargo após completarem 81 anos.)
Somadas às nomeações de Elena Kagan e Sonia Sotomayor no primeiro mandato, o democrata deve empatar com Richard Nixon (1969-74), o último presidente a fazer quatro indicações e forjar a atual maioria conservadora.
Pode também superar Eisenhower, único no Pós-Guerra a pôr cinco juízes no Supremo -com exceção de George Washington (o primeiro presidente) e Franklin Roosevelt (em três mandatos indicou oito magistrados), só Andrew Jackson (1829-37) nomeou seis juízes da Corte.
A chance de perenidade é redobrada pela baixa probabilidade de o sucessor de Obama reverter uma eventual maioria progressista.
Depois dos juízes perto da aposentadoria, os dois mais velhos são conservadores (Clarence Thomas, 65, e Samuel Alito, 62). Entre os três mais jovens (Sotomayor, 58; Kagan, 52; e o presidente da corte, John Roberts, 57), só Roberts é conservador -ainda assim, caminha da direita ao centro e avalizou a reforma de Obama na saúde.
AGENDA POLÊMICA
Não bastasse a possível sucessão para atrair a atenção, a Suprema Corte terá em 2013 uma agenda vultosa.
"Desde os anos 60, o Supremo não tem em mãos tantos casos de liberdades civis como hoje", afirma o analista político progressista Jimmy Williams, da rede MSNBC.
Após validar neste ano a reforma da saúde e julgar caso sobre direitos nos Estados, para 2013 se esperam decisões sobre voto, casamento gay e continuidade da ação afirmativa em universidades.
Entre outras coisas, o Supremo pode abolir partes da Lei do Direito ao Voto de 1965, marco do movimento pelos direitos civis. Os temas, essencialmente sobre igualdade de direitos, prometem fazer desta magistratura "uma das de legado mais persistente na memória recente", diz o "New York Times".
Sob Obama, Corte pode ter guinada liberal
Expectativa de renovação do principal tribunal dos EUA dará a democrata chance de indicar nomes progressistas
Mudança pode ser o legado mais perene do presidente; instância julgará norma do voto e casamento gay em 2013
LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
Ofuscada pelo cabo de guerra entre Casa Branca e Congresso, a Suprema Corte dos EUA se prepara para assumir o protagonismo em 2013 com ao menos três veredictos de potencial histórico e uma renovação de membros que deve alterar seu perfil nos próximos quatro anos.
Embora o Judiciário tenha sido pouco lembrado na campanha presidencial, o segundo mandato de Barack Obama incluirá provavelmente duas e possivelmente quatro indicações à máxima instância jurídica do país, composta por nove magistrados.
ULTRALIBERALISMO
"Com a reeleição de Obama, há 75% de chance de o Supremo voltar à era ultraliberal de [Earl] Warren", escreve Curt Levey, do conservador Comitê pela Justiça.
A alusão é ao juiz republicano indicado por Dwight Eisenhower (1953-61) que, de 1953 a 1969, aboliu a segregação racial em instituições de ensino, ampliou os direitos dos réus, garantiu representação legal a quem não pode pagá-la, alterou a representação distrital e derrubou a reza obrigatória em escolas.
O temor expresso por Levey reflete a preocupação da direita americana e a expectativa da esquerda ante um mandato com poder de afetar o rumo jurídico dos EUA nas próximas duas décadas.
Com a aproximação da aposentadoria dos liberais Ruth Ginsburg, que completa 80 anos em março, e Stephen Breyer, 75 em agosto; do conservador moderado Anthony Kennedy, 77 em julho, e do conservador Antonin Scalia, 77 em março, o Supremo seria a parte mais duradoura do legado de Obama.
(Embora caiba aos magistrados definir o momento de se aposentar, apenas 11 dos 103 antecessores da atual corte permaneceram no cargo após completarem 81 anos.)
Somadas às nomeações de Elena Kagan e Sonia Sotomayor no primeiro mandato, o democrata deve empatar com Richard Nixon (1969-74), o último presidente a fazer quatro indicações e forjar a atual maioria conservadora.
Pode também superar Eisenhower, único no Pós-Guerra a pôr cinco juízes no Supremo -com exceção de George Washington (o primeiro presidente) e Franklin Roosevelt (em três mandatos indicou oito magistrados), só Andrew Jackson (1829-37) nomeou seis juízes da Corte.
A chance de perenidade é redobrada pela baixa probabilidade de o sucessor de Obama reverter uma eventual maioria progressista.
Depois dos juízes perto da aposentadoria, os dois mais velhos são conservadores (Clarence Thomas, 65, e Samuel Alito, 62). Entre os três mais jovens (Sotomayor, 58; Kagan, 52; e o presidente da corte, John Roberts, 57), só Roberts é conservador -ainda assim, caminha da direita ao centro e avalizou a reforma de Obama na saúde.
AGENDA POLÊMICA
Não bastasse a possível sucessão para atrair a atenção, a Suprema Corte terá em 2013 uma agenda vultosa.
"Desde os anos 60, o Supremo não tem em mãos tantos casos de liberdades civis como hoje", afirma o analista político progressista Jimmy Williams, da rede MSNBC.
Após validar neste ano a reforma da saúde e julgar caso sobre direitos nos Estados, para 2013 se esperam decisões sobre voto, casamento gay e continuidade da ação afirmativa em universidades.
Entre outras coisas, o Supremo pode abolir partes da Lei do Direito ao Voto de 1965, marco do movimento pelos direitos civis. Os temas, essencialmente sobre igualdade de direitos, prometem fazer desta magistratura "uma das de legado mais persistente na memória recente", diz o "New York Times".
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Democratizar a justiça
Neste link encontramos um excelente texto de Roberto Gargarella sobre o tema democratizar a justiça http://www.clarin.com/opinion/Buscan-democratizar-Justicia-someterla_0_831516938.html
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
A morte de Robert Bork e sua liderança no originalismo americano
http://edition.cnn.com/2012/12/19/politics/robert-bork-dead/index.html
STF e o poder de investigação do MP
Valor Economico 19 de dezembro de 2012
STF pode decidir sobre poder de investigação do MP
De BrasíliaConcluído o julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode fechar o ano com outra decisão importante. Na pauta de hoje, há dois processos em que a Corte vai definir se o Ministério Público tem o poder de fazer investigações criminais.
Um deles é um habeas corpus de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, suspeito de participação na morte do então prefeito de Santo André Celso Daniel. Sombra estava no carro de Daniel quando ele foi perseguido e morto, em janeiro de 2002. O outro envolve Jairo de Souza Coelho, ex-prefeito de Ipanema, no interior de Minas Gerais. Ele foi investigado por descumprir decisão do Tribunal de Justiça para pagar precatórios. Em sua defesa, alegou que a prefeitura não tinha dinheiro suficiente.
Em ambos os casos, o MP complementou as apurações da polícia. Os réus, então, pediram a anulação dos processos alegando que o MP não teria o poder de fazer investigações criminais. O ministro Luiz Fux pediu vista dos dois processos em 26 de junho e deve levar seu voto hoje. Também faltam votar os ministros José Antonio Dias Toffoli, Rosa Weber, Cármen Lúcia Antunes Rocha e Marco Aurélio Mello. O ministro Teori Zavascki não vai participar, pois ocupa o lugar de Cezar Peluso, que votou antes de se aposentar.
Os seis votos apresentados até o momento se dividem em três correntes. A primeira é a de Peluso e Ricardo Lewandowski. Eles concluíram que os promotores e procuradores não podem fazer investigações penais em substituição à polícia. O MP poderia atuar apenas em casos excepcionais, como para investigar crimes cometidos por policiais, ou quando a polícia for notificada mas deixar de instaurar inquérito. A regra, porém, seria que a polícia investiga e o MP promove a ação judicial.
A segunda corrente, defendida pelos ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello, prevê a atuação do MP em condições mais amplas, incluindo na investigação de crimes contra a administração pública. Para eles, o MP pode complementar a investigação da polícia, mas seguindo as regras do inquérito policial. Já o presidente do STF, Joaquim Barbosa, e seu antecessor no cargo, Carlos Ayres Britto, aposentado em novembro, foram amplamente favoráveis à atuação do MP.
Entidades vinculadas ao MP defendem uma resposta do STF ainda este ano, e se dizem otimistas quanto ao resultado. "A impressão que tenho é que é desejo do tribunal estabelecer imediatamente esta baliza, de forma que 2013 comece com definições felizes, e a polícia e o MP possam voltar às inteiras boas cooperações na área criminal", diz o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho. "Certamente o STF foi sensível ao fato de que essa disputa estava se transformando num confronto absolutamente pernicioso às instituições e à sociedade."
Nos últimos meses, polícia e MP vivem um clima de tensão crescente em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, em discussão no Congresso, que torna a investigação criminal exclusiva das polícias federal e civil. Associações vinculadas ao MP lançaram campanhas contra a proposta, que batizaram de "PEC da Impunidade". Já associações de delegados acusaram o MP de difundir mentiras sobre o assunto e saíram em defesa da medida, que apelidaram de "PEC da Cidadania".
Ao contrário do MP, delegados se disseram surpresos com a possibilidade de retomar o tema na última sessão do ano do STF. "É uma discussão polêmica e ampla, que está só se iniciando", diz o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Sousa Ribeiro. "Não se trata de um assunto entre polícia e MP apenas. A discussão precisa ser amadurecida com a participação do Congresso, dos defensores e da sociedade civil", sustenta.
.
STF pode decidir sobre poder de investigação do MP
De BrasíliaConcluído o julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode fechar o ano com outra decisão importante. Na pauta de hoje, há dois processos em que a Corte vai definir se o Ministério Público tem o poder de fazer investigações criminais.
Um deles é um habeas corpus de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, suspeito de participação na morte do então prefeito de Santo André Celso Daniel. Sombra estava no carro de Daniel quando ele foi perseguido e morto, em janeiro de 2002. O outro envolve Jairo de Souza Coelho, ex-prefeito de Ipanema, no interior de Minas Gerais. Ele foi investigado por descumprir decisão do Tribunal de Justiça para pagar precatórios. Em sua defesa, alegou que a prefeitura não tinha dinheiro suficiente.
Em ambos os casos, o MP complementou as apurações da polícia. Os réus, então, pediram a anulação dos processos alegando que o MP não teria o poder de fazer investigações criminais. O ministro Luiz Fux pediu vista dos dois processos em 26 de junho e deve levar seu voto hoje. Também faltam votar os ministros José Antonio Dias Toffoli, Rosa Weber, Cármen Lúcia Antunes Rocha e Marco Aurélio Mello. O ministro Teori Zavascki não vai participar, pois ocupa o lugar de Cezar Peluso, que votou antes de se aposentar.
Os seis votos apresentados até o momento se dividem em três correntes. A primeira é a de Peluso e Ricardo Lewandowski. Eles concluíram que os promotores e procuradores não podem fazer investigações penais em substituição à polícia. O MP poderia atuar apenas em casos excepcionais, como para investigar crimes cometidos por policiais, ou quando a polícia for notificada mas deixar de instaurar inquérito. A regra, porém, seria que a polícia investiga e o MP promove a ação judicial.
A segunda corrente, defendida pelos ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello, prevê a atuação do MP em condições mais amplas, incluindo na investigação de crimes contra a administração pública. Para eles, o MP pode complementar a investigação da polícia, mas seguindo as regras do inquérito policial. Já o presidente do STF, Joaquim Barbosa, e seu antecessor no cargo, Carlos Ayres Britto, aposentado em novembro, foram amplamente favoráveis à atuação do MP.
Entidades vinculadas ao MP defendem uma resposta do STF ainda este ano, e se dizem otimistas quanto ao resultado. "A impressão que tenho é que é desejo do tribunal estabelecer imediatamente esta baliza, de forma que 2013 comece com definições felizes, e a polícia e o MP possam voltar às inteiras boas cooperações na área criminal", diz o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho. "Certamente o STF foi sensível ao fato de que essa disputa estava se transformando num confronto absolutamente pernicioso às instituições e à sociedade."
Nos últimos meses, polícia e MP vivem um clima de tensão crescente em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, em discussão no Congresso, que torna a investigação criminal exclusiva das polícias federal e civil. Associações vinculadas ao MP lançaram campanhas contra a proposta, que batizaram de "PEC da Impunidade". Já associações de delegados acusaram o MP de difundir mentiras sobre o assunto e saíram em defesa da medida, que apelidaram de "PEC da Cidadania".
Ao contrário do MP, delegados se disseram surpresos com a possibilidade de retomar o tema na última sessão do ano do STF. "É uma discussão polêmica e ampla, que está só se iniciando", diz o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Sousa Ribeiro. "Não se trata de um assunto entre polícia e MP apenas. A discussão precisa ser amadurecida com a participação do Congresso, dos defensores e da sociedade civil", sustenta.
.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Suprema Corte Britânica e as indicações
The Once and Future Court
Erin Delaney, Northwestern University School of Law
I regret to inform you, should you have been interested in applying for one
of the three upcoming vacancies on the Supreme Court of the United Kingdom,
that the deadline has passed. Applications were due at 5pm on October
30. The Selection Commission will hold interviews for leading candidates
later this week.
The appointments process, like the Supreme Court itself, is a creation of
the Constitutional Reform Act 2005 (Reform Act). In 2003, in the name of
judicial independence, the Blair Government decided to remove the country’s
highest court from the House of Lords and form a Supreme Court of the
United Kingdom. The Court opened for business in October 2009, taking up
residence in its own building on Parliament Square. But what does it mean
to be a “Supreme Court” within a parliamentary system in which
parliamentary sovereignty remains the orthodoxy? What is the Court’s role
in the constitutional order?
These questions have been much debated, but I propose approaching them from
a slightly different tack. Let’s reverse-engineer: By looking at the
application and hiring process for the Justices of the Supreme Court, can
we intuit anything about how the modern British judiciary, and the Supreme
Court in particular, are viewed?
First – the application. In a manner not unfamiliar to an American college
student, the application requires the submission of: a CV, two references,
and a personal statement, describing how the applicant meets the stated
criteria for the job. If the applicant is a serving judge, she also must
“submit copies of three judgments only” that she believes “demonstrate
[her] judicial qualities” and explain “why these judgments are of interest
and importance.” And all applicants are “asked to complete a diversity and
equality questionnaire.”
In addition to statutory prerequisites, the stated criteria for appointment
run from the obvious – “knowledge and experience of the law” – to the
expected: good writing skills, ability to work under pressure, and
collegiality. The list is rounded out by requirements for: “social
awareness and understanding of the contemporary world”; “a significant
capacity for analyzing and exploring a range of legal problems creatively
and flexibly”; and “vision, coupled with an appreciation of the role of the
Court in contributing to the development of the law.”
At first glance, these criteria seem unremarkable. After all, Britain’s is
a common law system. Explaining the importance of a set of judgments
demonstrates the judge’s priorities and concerns; creativity and
flexibility may well contribute to the development of the law, which is the
common law judge’s role and duty.
But the modern British judiciary is more than a set of common law courts.
It has a significant role in interpreting statutory law and a newly
acquired power to enforce human rights standards. Under the Human Rights
Act 1998 (HRA), the Supreme Court may review Acts of Parliament for their
compatibility with a set of protected human rights (largely tracking those
rights protected in the European Convention on Human Rights). Even before
the enactment of the HRA, the judiciary had expanded its review over
executive actions – now judicial review also has human rights in its scope.
Rights review under the HRA has introduced a new legal standard into the
British courts: judges must determine when there is a justified
governmental intrusion on a protected right by identifying when the
restraint is “necessary in a democratic society.” This proportionality
review is far beyond the Wednesbury reasonableness standard typical of
traditional English law. As Lord Pannick pointed out in a session of the
House of Lords Constitution Committee in October 2011: “[I]n applying the
Human Rights Act, judges now have to [assess] the proportionality of social
policy measures. That is a very real difference from what judges
traditionally do, is it not?”
Part of the change lies in the fact that judges are being asked to decide
questions that are highly salient to the political realm. Common law,
whether discovered or made, is usually incrementalist in nature, and though
its topics (contracts, torts, property) are of tremendous relevance to
daily life, they are less often the subject of bitter political
controversy. But “human rights” – such as prisoners’ voting rights or DNA
access – can be the divisive issues over which elections are won or lost.
And, in a departure from convention, the Court now gets heat for its
decisions and is even openly chided by politicians in Parliament.
The application criteria – first developed in 2008/09 – seem to acknowledge
the shifting role of the British judiciary, particularly given the focus on
“social awareness and understanding of the contemporary world.” That
criterion suggests a concern or an acceptance that the Supreme Court is
entering into politics by creating and defining individual rights. And
what of the Court’s new power, under the HRA, to hold an Act of Parliament
incompatible with human rights? It is true that incompatibility is not
invalidation, yet Parliament has shown that it is reluctant to ignore a
declaration of incompatibility. Does Parliament remain supreme in theory
and in practice? And how should the Court proceed, especially given the
likelihood of drawing ire from elected politicians? Exploring an
applicant’s “vision” and understanding of “the role of the Court in
contributing to the development of the law” might yield an indication of
how the prospective justice would understand her constitutional position
and the balancing act required; the criterion reinforces the idea that the
Court is an institution in constitutional flux.
In contrast to the application, which hints at the Court’s emerging power
and political relevance, the selection process presents a more classic
vision of an institution limited by Parliament. For this round of
appointments, the Selection Commission is made up of the new President of
the Supreme Court, Lord Neuberger (who took office on the 1 October 2012);
the Deputy President, Lord Hope; and a representative each from the
Judicial Appointments Commissions of Northern Ireland, Scotland, and
England and Wales. One of these representatives must be a layperson.
Under the terms of the Reform Act, the selection committee must consult a
number of “senior judges”, as well as the Lord Chancellor, the First
Minister in Scotland, the First Minister in Wales and the Chairman of the
Northern Ireland Judicial Appointments Commission. Upon conclusion of its
review process, the committee will submit a report putting forward a single
candidate for each vacancy to the Lord Chancellor, who, after making
further statutorily required consultations of his own, may accept or, under
certain conditions, reject or request reconsideration of a candidate.
Even a cursory review of this process demonstrates that political oversight
is not a priority: the Lord Chancellor’s veto is a fairly blunt instrument
with which to register his (or the Government’s) opinion, and there is no
mechanism of parliamentary scrutiny nor any need for parliamentary
approval. In fact, it is the justices that elect their brethren and
successors, maintaining distance from both executive and legislative
actors. The paramount concern is judicial independence rather than
democratic accountability. The selection process reinforces the
traditional vision of the Court in the British constitutional system as the
apolitical diviner of the common law, always acting against the backdrop of
democratic supremacy through parliamentary sovereignty.
The Supreme Court’s place and power in the constitutional system are in
contention, as the application and hiring process demonstrate.
Unfortunately, clarity is not on the horizon. This round of appointments
is likely the last to proceed under this system; amendments to the Reform
Act have been proposed in the Crime & Courts Bill, which is currently
wending its way through Parliament.
The debate over the new bill only highlights the diverging views on the
Court’s future role. The crux of this debate is evident in Hansard and in
the materials submitted to the House of Lords Select Committee on the
Constitution; contributors are divided between those who fear a powerful
executive, desire an independent judiciary, and have faith in parliamentary
supremacy, and those who see a new judicial power on the horizon and thus
want judges to be rooted in the society they are, in part, creating, and to
be held accountable, whether to the executive or to Parliament. For now,
there is no resolution – both visions of the current and future role of the
U.K. Supreme Court remain evident in the amended appointments process
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Judicialização na India
>Procurem divulgar ribas
ICONnectICONnect
>
> Jurists Prudence: The Indian Supreme Courts response to institutional
> challenges
>
>
> Rohit De, University of Cambridge
>
> On 12th September, 2012, the Supreme Court of India in the case of Namit
> Sharma v Union of India, ruled on a constitutional challenge to the new
> Information Commissions set up under the Right to Information Act.
>
> The court was responding to a public interest petition that challenged the
> eligibility criteria for Information Commissioners. The activist
> petitioner
> had complained that these posts were being dominated by retired
> bureaucrats, which was counterproductive to the goal of ensuring greater
> government transparency and freedom of information. The Right to
> Information Act (RTI) provides that the Information Commissioners must be
> ‘persons of eminence in public life with wide knowledge and experience
> in
> law, science and technology, social service, management, journalism, mass
> media or administration and governanceâ€. The Supreme Court while
> upholding
> the provisions of the RTI constitutional, proceeded to ‘read’ certain
> requirements into them, namely that the Commissions should be understood
> as
> performing judicial as opposed to ministerial functions, and therefore be
> manned by persons with judicial knowledge and experience’. The Supreme
> Court required that the every Commission must consist of two members,
> atleast one of whom was trained in law. They also held that the post of
> Chief Information Commissioner at the centre and in every state could only
> be occupied by a former of current Supreme Court judge or a Chief Justice
> of a state High Court. Furthermore, they required that these appointments
> had to be made in consultation with the Chief Justice of India or that of
> the respective higher court.
>
> The judgment caused consternation in both government and activist
> circles. Â Commentators have critiqued it for essentially rewriting
> legislation and disrupting the separation of powers. Others have cynically
> pointed out that this was to create a retirement home for judges.
> Â However,
> I would argue that the decision was entirely predictable keeping in mind
> the two trajectories that undergird judicial behavior in India and remain
> key to understanding the growing power of India’s Supreme Court- the
> assertion of judicial review over attempts to exclude it and the control
> over judicial appointments.
>
> The Indian Supreme Court has often been described as the most powerful in
> the world. However, its path to power defies most dominant theories of
> juristocracy that suggest the process of judicial empowerment is led by
> legislators and other political elites. Ran Hirschl for instance argues
> that in multi-ethnic democracies, like Israel, South Africa and Canada,
> judicial empowerment is led by threatened political elites who want to
> preserve their policy choices. Other variations of the argument suggest
> that judicial empowerment is a product of a competitive electoral market.
> When a ruling party expects to win elections repeatedly, the likelihood of
> judicial empowerment is low. However, the Indian Supreme Court remained an
> assertive player in Indian politics from its establishment in 1950,
> confronting executive preferences, intervening in legislative policy and
> even striking down constitutional amendments, during a thirty year period
> when India was effectively governed by a single political party with a
> centralized leadership. Â With the fragmentation of electoral politics
> since
> 1991, the role of the Supreme Court has become even more visible. However,
> this heightened power was not granted by political parties, who across
> ideological lines have expressed concern about ‘judicial activism’.
> The
> Indian Supreme Court effectively empowered itself.
>
> Comparative law scholars who emphasize judicial agency tend to focus on
> the
> role and predilections of individual judicial entrepreneurs in expanding
> the role of the court. The Indian Supreme Court becomes a difficult
> institution to study through this model. The political preferences of
> judges are quite opaque. It is it is difficult for any individual judge to
> influence the court as a whole, given that the court consists of thirty
> one
> judges who sit in division benches ranging from two to thirteen. The
> office
> of the Chief Justice, which can play a critical role in deciding
> composition of benches, is determined by strict seniority and several
> Chief
> Justices have terms that are under a year.
>
> Namit Sharma pushes us to conceptualize the higher judiciary in India as a
> professional class, invested in maintaining professional standards and
> maintaining a ‘closed shop’. As I demonstrate in a forthcoming paper,
> the
> Supreme Court since its earliest days has been assiduous in defending
> judicial review. The best known example of this is the development of the
> ‘basic structure doctrine’ which gives constitutional courts in India
> the
> power to review or strike down procedurally sound constitutional
> amendments
> which are in ‘conflict’ with the basic structure of the constitution.
> This
> was in response by a series of constitutional amendments by the executive
> that sought to insulate several laws and causes of action from judicial
> review. Recent scholarship has sought to underplay the effect of the
> ‘basic
> structure’ on judicial supremacy by pointing out that the Supreme Court
> has
> actually struck down very few state actions using the ‘basic structure
> doctrine’. However, by frequently invoking the basic structure doctrine
> (even though it found state action compliant with the basic structure),
> the
> court has reserved its right to review constitutional amendments.
>
> Furthermore, almost all the amendments that have actually been struck down
> sought to exclude judicial review in some form or the other. See Bhatia
> International v. Bulk Trading South Africa [2002] 1 LRI 703, Global
> Engineering v. Satyam Computer Services Ltd. [2008] 4 SC 190. The courts
> have been particularly suspicious of the growth of special courts and
> administrative tribunals that exclude the jurisdiction of the High
> Court’s
> and Supreme Court, even partially by limiting the possibility of appeals.
> The Supreme Court halted the move towards commercial arbitration in India
> by ruling in 2002, that despite the wording in the Arbitration Act, they
> had the power supervise international commercial arbitration being held
> outside India and could annul foreign arbitral awards if they violated
> Indian ‘public policy’. See Bhatia International v. Bulk Trading South
> Africa [2002] 1 LRI 703, Global Engineering v. Satyam Computer Services
> Ltd. [2008] 4 SC 190
>
> Along with asserting the right of judicial review, the courts have
> defended
> the judicial composition of tribunals and special courts. Since the
> beginning of tribunalization in the 1980’s, the courts have expressed
> their
> anguish over the quality of justice dispensed by the tribunals. Critically
> examining the appointments of ex-bureaucrats to the Customs, Excise and
> Gold Control Appellate Tribunal, the Supreme Court noted that while former
> bureaucrats may be experts in their field, judicial adjudication was a
> special process that required to be administered by an experienced judge.
> The Court recommended the provision of appeals from the tribunal to the
> High Court to assuage the feeling of injustice to litigants who were being
> denied judicial expertise. Â R.K Jain v. Union of India and others,
> AIR1993
> SC 1769. While the Supreme Court recognized that tribunals could include
> non-judicial members who brought in specialist knowledge, they noted that
> preference in favour of non-judicial experts would reduce the efficacy of
> the tribunal as an alternative to the jurisdiction of a High Court.
> L.Chandrakumar v. Union of India, AIR 1997 SC 1125. Through a series of
> little studied decisions, the Supreme Court linked the the also also
> linked
> service conditions of judges to the constitutional guarantee of judicial
> independence. They laid down detailed service conditions for the entire
> subordinate judiciary, holding that judges with higher pay, better
> libraries, housing and allowances will attract better candidates and make
> them less likely to succumb to external pressure. In the process they also
> assumed some budgetary control from the executive, and bolstered their own
> autonomy. All India Judges Association v. Undion of India, (1993) 4 SCC
> 288.
>
> In 2010, the Supreme Court began to apply these standards to existing
> tribunals by holding the National Company Law Board in violation of these
> standards. The Supreme Court noted the necessity of technical experts but
> reminded the government that “a lifetime of experience in administration
> may make a member of the civil services a good and able administrator, but
> not a necessarily good, able and impartial adjudicatorâ€. The court then
> ruled that only judges and advocates who have practiced for ten years were
> eligible for appointment as a judicial member of the board. More
> significantly, it rejected the composition of the Selection Committee
> under
> the statute which comprised of the Chief Justice of India, and the
> Secretaries of Finance, Company Affairs, Labour and Law and Justice. It
> provided for a new selection committee consisting of an equal number of
> judges and bureaucrats, with the Chief Justice having the casting
> vote. Â Union of India v. R Gandhi, Â CIVIL APPEAL NO.3067 OF 2004, on
> 11th
> May, 2010. The takeover of the appointments procedure by the courts
> despite
> contrary legislative provision mirrors the trajectory of the Supreme
> Court. Art 124(2) of the Constitution of India vested the power of
> appointment of judges with the President. The President was required to
> consult the Chief Justice, but was not required to follow the Chief
> Justice’s advice. However, in 1993 the Supreme Court interpreted this to
> mean that such the President could not make an appointment without the
> concurrence of the Chief Justice. It also ruled that the Chief Justice’s
> recommendation was not formed unilaterally but after consultation with the
> four seniormost judges of the Supreme Court, once again emphasizing the
> judiciary as an institution rather than an individual. Â Supreme Court
> Advocates-on-Record Association Ors. v. Union of India (1993) 4 SCC 441.
>
> The Right to Information Act has been a transformative legislation,
> democratizing governance processes, exposing several cases of corruption
> and nepotism and has unsettled governmental authorities. The Supreme Court
> which was the first to recognize the right to information, found itself
> the
> target of RTI enquiries and has sought to exempt the office of the Chief
> Justice from the purview of the act. Seen in this light, the Supreme
> Court’s decision in Namit Sharma is entirely in accord with its existing
> practice.
>
> The Supreme Court is at present considering similar challenges against the
> constitutionality and the composition of several other influential
> tribunals, including the Competition Commission of India, the Competition
> Appellate Tribunal, the Telecom Disputes Settlement and Appellate
> Tribunal,
> the Central Information Commission, the Securities Appellate Tribunal and
> the Central Administrative Tribunal. The Madras High Court is also
> considering a constitutional challenge to the Intellectual Property Rights
> Appellate Board. These decisions will determine future trajectories of
> judicial power in India.
>
>
>
ICONnectICONnect
>
> Jurists Prudence: The Indian Supreme Courts response to institutional
> challenges
>
>
> Rohit De, University of Cambridge
>
> On 12th September, 2012, the Supreme Court of India in the case of Namit
> Sharma v Union of India, ruled on a constitutional challenge to the new
> Information Commissions set up under the Right to Information Act.
>
> The court was responding to a public interest petition that challenged the
> eligibility criteria for Information Commissioners. The activist
> petitioner
> had complained that these posts were being dominated by retired
> bureaucrats, which was counterproductive to the goal of ensuring greater
> government transparency and freedom of information. The Right to
> Information Act (RTI) provides that the Information Commissioners must be
> ‘persons of eminence in public life with wide knowledge and experience
> in
> law, science and technology, social service, management, journalism, mass
> media or administration and governanceâ€. The Supreme Court while
> upholding
> the provisions of the RTI constitutional, proceeded to ‘read’ certain
> requirements into them, namely that the Commissions should be understood
> as
> performing judicial as opposed to ministerial functions, and therefore be
> manned by persons with judicial knowledge and experience’. The Supreme
> Court required that the every Commission must consist of two members,
> atleast one of whom was trained in law. They also held that the post of
> Chief Information Commissioner at the centre and in every state could only
> be occupied by a former of current Supreme Court judge or a Chief Justice
> of a state High Court. Furthermore, they required that these appointments
> had to be made in consultation with the Chief Justice of India or that of
> the respective higher court.
>
> The judgment caused consternation in both government and activist
> circles. Â Commentators have critiqued it for essentially rewriting
> legislation and disrupting the separation of powers. Others have cynically
> pointed out that this was to create a retirement home for judges.
> Â However,
> I would argue that the decision was entirely predictable keeping in mind
> the two trajectories that undergird judicial behavior in India and remain
> key to understanding the growing power of India’s Supreme Court- the
> assertion of judicial review over attempts to exclude it and the control
> over judicial appointments.
>
> The Indian Supreme Court has often been described as the most powerful in
> the world. However, its path to power defies most dominant theories of
> juristocracy that suggest the process of judicial empowerment is led by
> legislators and other political elites. Ran Hirschl for instance argues
> that in multi-ethnic democracies, like Israel, South Africa and Canada,
> judicial empowerment is led by threatened political elites who want to
> preserve their policy choices. Other variations of the argument suggest
> that judicial empowerment is a product of a competitive electoral market.
> When a ruling party expects to win elections repeatedly, the likelihood of
> judicial empowerment is low. However, the Indian Supreme Court remained an
> assertive player in Indian politics from its establishment in 1950,
> confronting executive preferences, intervening in legislative policy and
> even striking down constitutional amendments, during a thirty year period
> when India was effectively governed by a single political party with a
> centralized leadership. Â With the fragmentation of electoral politics
> since
> 1991, the role of the Supreme Court has become even more visible. However,
> this heightened power was not granted by political parties, who across
> ideological lines have expressed concern about ‘judicial activism’.
> The
> Indian Supreme Court effectively empowered itself.
>
> Comparative law scholars who emphasize judicial agency tend to focus on
> the
> role and predilections of individual judicial entrepreneurs in expanding
> the role of the court. The Indian Supreme Court becomes a difficult
> institution to study through this model. The political preferences of
> judges are quite opaque. It is it is difficult for any individual judge to
> influence the court as a whole, given that the court consists of thirty
> one
> judges who sit in division benches ranging from two to thirteen. The
> office
> of the Chief Justice, which can play a critical role in deciding
> composition of benches, is determined by strict seniority and several
> Chief
> Justices have terms that are under a year.
>
> Namit Sharma pushes us to conceptualize the higher judiciary in India as a
> professional class, invested in maintaining professional standards and
> maintaining a ‘closed shop’. As I demonstrate in a forthcoming paper,
> the
> Supreme Court since its earliest days has been assiduous in defending
> judicial review. The best known example of this is the development of the
> ‘basic structure doctrine’ which gives constitutional courts in India
> the
> power to review or strike down procedurally sound constitutional
> amendments
> which are in ‘conflict’ with the basic structure of the constitution.
> This
> was in response by a series of constitutional amendments by the executive
> that sought to insulate several laws and causes of action from judicial
> review. Recent scholarship has sought to underplay the effect of the
> ‘basic
> structure’ on judicial supremacy by pointing out that the Supreme Court
> has
> actually struck down very few state actions using the ‘basic structure
> doctrine’. However, by frequently invoking the basic structure doctrine
> (even though it found state action compliant with the basic structure),
> the
> court has reserved its right to review constitutional amendments.
>
> Furthermore, almost all the amendments that have actually been struck down
> sought to exclude judicial review in some form or the other. See Bhatia
> International v. Bulk Trading South Africa [2002] 1 LRI 703, Global
> Engineering v. Satyam Computer Services Ltd. [2008] 4 SC 190. The courts
> have been particularly suspicious of the growth of special courts and
> administrative tribunals that exclude the jurisdiction of the High
> Court’s
> and Supreme Court, even partially by limiting the possibility of appeals.
> The Supreme Court halted the move towards commercial arbitration in India
> by ruling in 2002, that despite the wording in the Arbitration Act, they
> had the power supervise international commercial arbitration being held
> outside India and could annul foreign arbitral awards if they violated
> Indian ‘public policy’. See Bhatia International v. Bulk Trading South
> Africa [2002] 1 LRI 703, Global Engineering v. Satyam Computer Services
> Ltd. [2008] 4 SC 190
>
> Along with asserting the right of judicial review, the courts have
> defended
> the judicial composition of tribunals and special courts. Since the
> beginning of tribunalization in the 1980’s, the courts have expressed
> their
> anguish over the quality of justice dispensed by the tribunals. Critically
> examining the appointments of ex-bureaucrats to the Customs, Excise and
> Gold Control Appellate Tribunal, the Supreme Court noted that while former
> bureaucrats may be experts in their field, judicial adjudication was a
> special process that required to be administered by an experienced judge.
> The Court recommended the provision of appeals from the tribunal to the
> High Court to assuage the feeling of injustice to litigants who were being
> denied judicial expertise. Â R.K Jain v. Union of India and others,
> AIR1993
> SC 1769. While the Supreme Court recognized that tribunals could include
> non-judicial members who brought in specialist knowledge, they noted that
> preference in favour of non-judicial experts would reduce the efficacy of
> the tribunal as an alternative to the jurisdiction of a High Court.
> L.Chandrakumar v. Union of India, AIR 1997 SC 1125. Through a series of
> little studied decisions, the Supreme Court linked the the also also
> linked
> service conditions of judges to the constitutional guarantee of judicial
> independence. They laid down detailed service conditions for the entire
> subordinate judiciary, holding that judges with higher pay, better
> libraries, housing and allowances will attract better candidates and make
> them less likely to succumb to external pressure. In the process they also
> assumed some budgetary control from the executive, and bolstered their own
> autonomy. All India Judges Association v. Undion of India, (1993) 4 SCC
> 288.
>
> In 2010, the Supreme Court began to apply these standards to existing
> tribunals by holding the National Company Law Board in violation of these
> standards. The Supreme Court noted the necessity of technical experts but
> reminded the government that “a lifetime of experience in administration
> may make a member of the civil services a good and able administrator, but
> not a necessarily good, able and impartial adjudicatorâ€. The court then
> ruled that only judges and advocates who have practiced for ten years were
> eligible for appointment as a judicial member of the board. More
> significantly, it rejected the composition of the Selection Committee
> under
> the statute which comprised of the Chief Justice of India, and the
> Secretaries of Finance, Company Affairs, Labour and Law and Justice. It
> provided for a new selection committee consisting of an equal number of
> judges and bureaucrats, with the Chief Justice having the casting
> vote. Â Union of India v. R Gandhi, Â CIVIL APPEAL NO.3067 OF 2004, on
> 11th
> May, 2010. The takeover of the appointments procedure by the courts
> despite
> contrary legislative provision mirrors the trajectory of the Supreme
> Court. Art 124(2) of the Constitution of India vested the power of
> appointment of judges with the President. The President was required to
> consult the Chief Justice, but was not required to follow the Chief
> Justice’s advice. However, in 1993 the Supreme Court interpreted this to
> mean that such the President could not make an appointment without the
> concurrence of the Chief Justice. It also ruled that the Chief Justice’s
> recommendation was not formed unilaterally but after consultation with the
> four seniormost judges of the Supreme Court, once again emphasizing the
> judiciary as an institution rather than an individual. Â Supreme Court
> Advocates-on-Record Association Ors. v. Union of India (1993) 4 SCC 441.
>
> The Right to Information Act has been a transformative legislation,
> democratizing governance processes, exposing several cases of corruption
> and nepotism and has unsettled governmental authorities. The Supreme Court
> which was the first to recognize the right to information, found itself
> the
> target of RTI enquiries and has sought to exempt the office of the Chief
> Justice from the purview of the act. Seen in this light, the Supreme
> Court’s decision in Namit Sharma is entirely in accord with its existing
> practice.
>
> The Supreme Court is at present considering similar challenges against the
> constitutionality and the composition of several other influential
> tribunals, including the Competition Commission of India, the Competition
> Appellate Tribunal, the Telecom Disputes Settlement and Appellate
> Tribunal,
> the Central Information Commission, the Securities Appellate Tribunal and
> the Central Administrative Tribunal. The Madras High Court is also
> considering a constitutional challenge to the Intellectual Property Rights
> Appellate Board. These decisions will determine future trajectories of
> judicial power in India.
>
>
>
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Sus e a judicialização
Folha de S.Paulo no Twitter 12/12/2012
SUS tem despesa recorde com ações judiciais
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
A conta da chamada judicialização da saúde alcançou novo recorde: R$ 339,7 milhões gastos pelo governo federal de janeiro a outubro.
Análise: É preciso aprimorar a assistência à saúde, mas judicializar o debate é questionável
O valor engloba as compras diretas de remédios, equipamentos e insumos pelo Ministério da Saúde, e o repasse a Estados, a municípios e a pacientes para o cumprimento de decisões judiciais.
O balanço preliminar de 2012 supera em quase 28% o que foi gasto em todo o ano de 2011 --que, por sua vez, registrou um aumento de 90% em relação ao gasto de 2010.
Entre 2007 e 2011, o crescimento dessas despesas da União chega a 1.237% --esses cálculos não incluem as ações contra Estados e municípios.
Como comparação, os R$ 339,7 milhões são 2,6 vezes o investimento anual do ministério na incorporação, no SUS, do medicamento trastuzumabe -- utilizado contra o câncer de mama.
A escalada dessas ações --12.811 novas em 2011, com 70% de decisões desfavoráveis à União-- está registrada num relatório da consultoria jurídica do ministério obtido pela Folha.
A pasta pretende lançar em 2013 uma plataforma que permita reunir dados das ações contra a União, os Estados e os municípios, um valor hoje desconhecido pelo governo.
O consultor jurídico da pasta, Jean Uema, fala em possível arrefecimento da curva da judicialização.
Editoria de arte/Folhapress
"O valor não deve dobrar, pode ser um indicativo de que nossas ações têm dado resultado." Segundo Uema, são duas as frentes de atuação da pasta: incorporar ao SUS novos medicamentos e dar a juízes informações sobre os remédios demandados e tratamentos similares disponíveis.
MAIS EXIGÊNCIAS
Para Tiago Matos, diretor jurídico do Instituto Oncoguia (que apoia pessoas com câncer), decisões recentes indicam que a Justiça está mais exigente antes de determinar a entrega de um remédio.
"Hoje os juízes pedem não só um relatório, mas toda uma justificativa sobre a escolha desse remédio e não outro da lista do SUS. Na grande maioria das vezes, o paciente não tem como pedir ao médico um relatório com essa precisão, principalmente no SUS."
Para o advogado especializado em saúde Julius Conforti, é preciso olhar para a origem do problema, que passaria pela lentidão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em registrar produtos. "Trata-se a judicialização como um fenômeno surgido a partir do nada e sempre com um ar bastante pejorativo, como se fosse uma maldição", diz.
Matos concorda: "A judicialização é uma forma de a sociedade cobrar. Se as pessoas entram com ação e ganham é porque têm direito, não dá para ignorar. O governo têm que olhar os dados e buscar uma forma de garantir esse acesso que não seja por meio de ação judicial."
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Links sobre o pensamento de Carlos Nino
http://www.isonomia.itam.mx/docs/isonomia35/Isono_356.pdf
http://www.isonomia.itam.mx/docs/isonomia36/Isono_364.pdf
http://www.isonomia.itam.mx/docs/isonomia36/Isono_364.pdf
O STF e o mandato político
O STF pode cassar mandatos parlamentares?
11 de dezembro de 2012
2h 02
Estado de São Paulo
JARBAS DE ANDRADE MACHIONI, ADVOGADO, CONSELHEIRO DA OAB-SPMARGARIDA CAMARGO, JOSÉ RIBAS VIEIRA, PROFESSORES DA UFRJ, JARBAS DE ANDRADE MACHIONI, ADVOGADO, CONSELHEIRO DA OAB-SPMARGARIDA CAMARGO, JOSÉ RIBAS VIEIRA, PROFESSORES DA UFRJ - O Estado de S.Paulo
SimUm dos mais claros limites de qualquer poder é a moral pública. Toda legislação, o sistema jurídico, é um constante diálogo com a Moral e com a Ética. É incompatível, sob qualquer prisma, um parlamentar ser condenado por crime contra a administração pública e cumprir o seu mandato na prisão. É um acinte, é uma aberração. Não é qualquer crime, é um crime umbilicalmente ligado ao mandato.
Creio que o mandato dos parlamentares mensaleiros está irremediavelmente comprometido. Há, pelo menos, duas vertentes de dispositivos constitucionais que tornam insustentável o mandato deles. De um lado o inciso V do artigo 55 da Constituição, a cominar a perda do mandato para parlamentar condenado por sentença judicial transitada em julgado. De outro lado, o inciso IV do artigo 55, que determina a perda do mandato de quem tenha os direitos políticos suspensos ou os perca.
No primeiro caso (art. 55, inciso V) a respectiva Casa do Congresso poderá apreciar a cassação ou não com certo grau de liberdade, pois permitirá a ampla defesa. Mas no segundo caso é diferente. No mensalão, se sentença condenatória é por crime contra a Administração Pública, ela gera a perda do mandato eletivo nos termos do Código Penal, 92, I, letra "a", que se harmoniza com o art. 15, III, da Constituição, que prevê a perda dos direitos políticos de quem tiver condenação criminal transitada em julgado. Ou seja, os mensaleiros também incidem no inciso IV do art. 55; seu afastamento imediato dar-se-á não pela condenação em si, mas pela perda dos direitos políticos.
Assim, a cassação do mandato parlamentar é compulsória e será efetuada pela Mesa da Câmara dos Deputados.
Não A Constituição brasileira, em seu artigo 1.º, aponta como um de seus fundamentos a soberania. E, como corolário desta, em capítulo próprio protege os direitos políticos de todo e qualquer cidadão, salvo por "condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos", dentre outro motivos - mas esta é a hipótese que nos interessa agora (artigo 15). Isto, para cargo político de qualquer natureza. Contudo, aos parlamentares, o constituinte originário de 1987-88, comprometido com a restituição da democracia ao Brasil, cuidou de proteger a separação dos poderes.
No artigo 55, em parte especificamente reservada ao Legislativo, todas as hipóteses de perda de mandato contemplam a manifestação definitiva da Casa a que pertença o atingido. Seja por força do 55 isoladamente, seja por força deste mesmo artigo interpretado em conjunto com o 15, fato é que sentença criminal transitado não é condição suficiente, ainda que necessária, para perda do mandato. A perda do mandato popular se dá como decorrência de um juízo político, pois só o povo, mediante seus representantes, pode decretá-lo.
A manifestação técnica do Judiciário não pode se confundir com o querer do Congresso. À casa a qual pertence o parlamentar é que caberá a determinação sobre a perda do seu mandato. É uma possibilidade de resistência contra eventuais abusos por parte dos outros poderes. No caso da AP 470, em que pese o fato de a decisão penal condenatória ser proferida pelo STF, intérprete último da Constituição, não significa que sua vontade prevaleça. O princípio da separação dos poderes não permite a superioridade de um poder sobre o outro. Todos se subordinam à Constituição.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
A transição no Egito
A matéria abaixo descreve a transição político-constitucional do Egito. O Poder Judiciário é estruturado no modelo francês, incluindo a Justiça Administrativa. O processo político do Egito aglutina uma série de atores como os movimentos sociais, a estrutura das Forças Armadas, o movimento islâmico, Tribunal Constitucional e o Poder Judiciário. Este, notadamente,no Supremo Tribunal Administrativo, é modelado pelo critério racional-burocrático. A sociedade egipcia confia nesse segmento do seu Poder Judiciário para atender as suas demandas. Enquanto, o Tribunal Constitucional do Egito tem um histórico de falta de autonomia institucional. Neste, sempre houve os designios de Mubarak
ICONnectICONnect
>
> ///////////////////////////////////////////
> Egypts Constitutional Crisis is Far from Over
>
> Posted: 05 Dec 2012 10:27 AM PST
> http://feedproxy.google.com/~r/I-CONnectBlog/~3/srQ-Qw61WQw/?utm_source=feedburner&utm_medium=email
>
> Jill Goldenziel, Lecturer on Government and Social Studies, Harvard
> College
> and Lecturer in Law, Boston University School of Law
> On Sundays episode of the riveting drama, “Constitutional Crisis in
> Egypt,â€
> the Supreme Constitutional Court postponed its ruling on the legitimacy of
> the constituent assembly that hurriedly completed a draft of the new
> Egyptian Constitution. The judges claimed that protesters blocked safe
> entry to the courts, despite the presence of heavy security. Did the
> judges
> actually fear for their safety? Or did they have other reasons for
> delaying
> their decision? Stay tuned! Meanwhile, on an episode later this week
> another powerful character will step in to help battle the forces of
> tyranny: the administrative courts.
>
> Â As I explain in my article, Veiled Political Questions, Islamic Dress,
> Constitutionalism and the Ascendance of Courts (forthcoming, American
> Journal of Comparative Law, January 2013), the administrative courts are
> far more independent than the Supreme Constitutional Court. The Egyptian
> court system, like the French system on which it was modeled, has parallel
> systems of ordinary and administrative courts. The administrative courts
> were created to handle disputes between private citizens and public
> entities, although, as I explain in my article, they have been liberal in
> their interpretation of the word “public.†The High Administrative
> Court –
> sometimes confusingly called the Supreme Administrative Court sits atop
> Egypt’s administrative court system, while the Court of Cassation is the
> highest ordinary court. Unlike the Supreme Constitutional Court, which
> Mubarak packed with its cronies, judges on the administrative courts are
> selected by the judges themselves on the basis of merit and seniority. No
> direct appeal may be taken from the decisions of the High Administrative
> Court, although the two high courts and the executive can refer cases to
> the Supreme Constitutional Court.
> Since the revolution, the administrative courts have continually asserted
> their independence. Last week’s strike by the judges of the High
> Administrative Court and Court of Cassation served to underscore their
> refusal to be cowed by Morsi. Since the revolution, the Supreme
> Constitutional Court has continually – and admittedly – supported
> military
> interests against growing Islamist power. The Administrative Courts, by
> contrast, have acted impartially, granting victories to both sides. In the
> immediate aftermath of the revolution, the Egyptian Administrative Courts
> swiftly moved to outlaw the vestiges of Mubarak’s National Democratic
> Party, and to approve new parties for participation in elections. Later,
> they also suspended Egypt’s first constitutional assembly and tried to
> push
> back Egypt’s first presidential elections. The administrative courts
> enjoy
> high esteem with the people of Egypt, who increasingly used them to file
> their grievances against Mubarak’s regime.
> This week, the Administrative Courts will hear at least 12 lawsuits
> seeking
> to overturn Morsi’s November 22 decree placing himself above judicial
> review. Details about the most prominent suit, filed by the well-respected
> NGO the Egyptian Initiative for Personal Rights, can be found here.
> If successful, these lawsuits would pave the way for more legal challenges
> to the legitimacy of the constituent assembly. They would also make it
> much
> easier for the Supreme Constitutional Court to dissolve the constituent
> assembly. Everyone knows that the Supreme Constitutional Court is beholden
> to the military and therefore represents a tyranny of its own. Backing by
> the administrative courts would bolster the legitimacy of any decision
> that
> would delay a new constitution.
> Before and since the revolution, in the absence of a functioning
> parliament, the Egyptian judiciary has been the only branch of government
> able to check executive power – whether Mubarak’s or Morsi’s. The
> judiciary
> may be Egypt’s best hope against future tyranny. If the Supreme
> Constitutional Court is beholden to a non-democratic interest, Egypt’s
> High
> Administrative Court may still have a chance to make things right. Those
> who care about democracy should support it, along with the brave activists
> who continue to file the important cases that are moving democracy
> forward.
>
>
> --
>
>
ICONnectICONnect
>
> ///////////////////////////////////////////
> Egypts Constitutional Crisis is Far from Over
>
> Posted: 05 Dec 2012 10:27 AM PST
> http://feedproxy.google.com/~r/I-CONnectBlog/~3/srQ-Qw61WQw/?utm_source=feedburner&utm_medium=email
>
> Jill Goldenziel, Lecturer on Government and Social Studies, Harvard
> College
> and Lecturer in Law, Boston University School of Law
> On Sundays episode of the riveting drama, “Constitutional Crisis in
> Egypt,â€
> the Supreme Constitutional Court postponed its ruling on the legitimacy of
> the constituent assembly that hurriedly completed a draft of the new
> Egyptian Constitution. The judges claimed that protesters blocked safe
> entry to the courts, despite the presence of heavy security. Did the
> judges
> actually fear for their safety? Or did they have other reasons for
> delaying
> their decision? Stay tuned! Meanwhile, on an episode later this week
> another powerful character will step in to help battle the forces of
> tyranny: the administrative courts.
>
> Â As I explain in my article, Veiled Political Questions, Islamic Dress,
> Constitutionalism and the Ascendance of Courts (forthcoming, American
> Journal of Comparative Law, January 2013), the administrative courts are
> far more independent than the Supreme Constitutional Court. The Egyptian
> court system, like the French system on which it was modeled, has parallel
> systems of ordinary and administrative courts. The administrative courts
> were created to handle disputes between private citizens and public
> entities, although, as I explain in my article, they have been liberal in
> their interpretation of the word “public.†The High Administrative
> Court –
> sometimes confusingly called the Supreme Administrative Court sits atop
> Egypt’s administrative court system, while the Court of Cassation is the
> highest ordinary court. Unlike the Supreme Constitutional Court, which
> Mubarak packed with its cronies, judges on the administrative courts are
> selected by the judges themselves on the basis of merit and seniority. No
> direct appeal may be taken from the decisions of the High Administrative
> Court, although the two high courts and the executive can refer cases to
> the Supreme Constitutional Court.
> Since the revolution, the administrative courts have continually asserted
> their independence. Last week’s strike by the judges of the High
> Administrative Court and Court of Cassation served to underscore their
> refusal to be cowed by Morsi. Since the revolution, the Supreme
> Constitutional Court has continually – and admittedly – supported
> military
> interests against growing Islamist power. The Administrative Courts, by
> contrast, have acted impartially, granting victories to both sides. In the
> immediate aftermath of the revolution, the Egyptian Administrative Courts
> swiftly moved to outlaw the vestiges of Mubarak’s National Democratic
> Party, and to approve new parties for participation in elections. Later,
> they also suspended Egypt’s first constitutional assembly and tried to
> push
> back Egypt’s first presidential elections. The administrative courts
> enjoy
> high esteem with the people of Egypt, who increasingly used them to file
> their grievances against Mubarak’s regime.
> This week, the Administrative Courts will hear at least 12 lawsuits
> seeking
> to overturn Morsi’s November 22 decree placing himself above judicial
> review. Details about the most prominent suit, filed by the well-respected
> NGO the Egyptian Initiative for Personal Rights, can be found here.
> If successful, these lawsuits would pave the way for more legal challenges
> to the legitimacy of the constituent assembly. They would also make it
> much
> easier for the Supreme Constitutional Court to dissolve the constituent
> assembly. Everyone knows that the Supreme Constitutional Court is beholden
> to the military and therefore represents a tyranny of its own. Backing by
> the administrative courts would bolster the legitimacy of any decision
> that
> would delay a new constitution.
> Before and since the revolution, in the absence of a functioning
> parliament, the Egyptian judiciary has been the only branch of government
> able to check executive power – whether Mubarak’s or Morsi’s. The
> judiciary
> may be Egypt’s best hope against future tyranny. If the Supreme
> Constitutional Court is beholden to a non-democratic interest, Egypt’s
> High
> Administrative Court may still have a chance to make things right. Those
> who care about democracy should support it, along with the brave activists
> who continue to file the important cases that are moving democracy
> forward.
>
>
> --
>
>
Poder de Investigação do MP
Valor Economico 5 de dezembro de 2012
STJ é a favor de investigação pelo MP
Compartilhar:
FacebookTwitterLinkedInGoogle Plus.Por Arthur Rosa
De São PauloMinistro Humberto Martins: uso de placas particulares pelo MP não desrespeita Código de Trânsito Brasileiro.
Depois de consolidar entendimento de que o Ministério Público (MP) tem poder para realizar investigações, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que seus integrantes podem, assim como os policiais, usar carros com placas particulares - descaracterizadas - para não serem identificados. A questão foi analisada pelos ministros da 2ª Turma, por meio de uma ação popular.
A autorização para uso de placas particulares reacende a polêmica discussão sobre o poder de investigação de promotores e procuradores, que está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Câmara dos Deputados. Recentemente, uma comissão especial aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 37, que acrescenta o parágrafo 10 ao artigo 144 da Constituição Federal para definir que só as polícias federal e civil têm competência para apurar crimes.
No Supremo, porém, o placar é favorável a promotores e procuradores. Foram proferidos até agora seis votos, prevendo três caminhos. Os ministros Cezar Peluso (hoje aposentado), relator do caso, e Ricardo Lewandowski entenderam que, em regra, o Ministério Público não pode fazer investigações criminais, a não ser em casos excepcionais. Para os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello, os integrantes do órgão podem somente apurar crimes cometidos pela polícia ou praticados contra a administração pública. Já os ministros Joaquim Barbosa e Ayres Britto (também aposentado) votaram pelo reconhecimento da competência do MP para investigar qualquer questão penal.
"Dois votos nos dão ampla liberdade para investigar. Outros dois impõem algumas restrições. Estou confiante em uma vitória. Vamos ver em que termos", diz o presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), César Bechara Nader Mattar Júnior. Uma derrota no Supremo, segundo ele, significaria "uma enxurrada de pedidos de arguição de inconstitucionalidade contra investigações realizadas pelo Ministério Público ou com a participação de seus integrantes, o que inclui o mensalão".
Para o advogado Renato de Mello Jorge Silveira, chefe do Departamento de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP), uma decisão desfavorável no STF prejudicaria as atividades do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), criado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo em 1995. "Poderiam ser questionados processos que já foram finalizados", afirma.
O poder de investigação do Ministério Público é discutido no STF por meio de um recurso que teve repercussão geral reconhecida. No caso, o ex-prefeito de Ipanema (MG) Jairo de Souza Coelho questiona decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), que recebeu denúncia em que promotores o acusam de crime de responsabilidade, por suposto descumprimento de ordem judicial para o pagamento de precatórios. O julgamento está suspenso por um pedido de vista do ministro Luiz Fux.
Até então, segundo Mattar Júnior, a jurisprudência do Supremo é favorável ao MP. "A 2ª Turma entende que o Ministério Público tem competência para realizar, por sua iniciativa, investigação criminal", diz o presidente da Conamp. Ele espera uma vitória no Supremo antes da análise pelo plenário da Câmara dos Deputados da PEC que limita a atuação de promotores e procuradores. Para protestar contra a proposta, entidades de classe que representam a categoria prometem lançar na terça-feira, dia 11, uma campanha a favor do poder de investigação.
Enquanto o Supremo não define a questão, o Ministério Público vai colecionando precedentes favoráveis no STJ. No caso analisado pela 2ª Turma, o relator do caso, ministro Humberto Martins, entendeu que o Ministério Público "possui poderes investigatórios" e, portanto, pode usar placas descaracterizadas em alguns veículos oficiais, para resguardar a segurança de seus integrantes. "Não se visualiza na concessão do pleito qualquer afronta ao artigo 116 do Código de Trânsito Brasileiro ou a imoralidade administrativa", afirma o relator.
A ação popular foi apresentada pelo advogado e ex-secretário estadual do Paraná José Cid Campêlo Filho. Ele alega que a legislação de trânsito só autoriza o uso de placas particulares por carros de investigadores de polícia. "O Ministério Público não pode fazer investigação", diz o autor. "Portanto, não pode usar placas descaracterizadas." Procurada pelo Valor, a Procuradoria-Geral do Estado do Paraná não retornou até o fechamento da edição
.
STJ é a favor de investigação pelo MP
Compartilhar:
FacebookTwitterLinkedInGoogle Plus.Por Arthur Rosa
De São PauloMinistro Humberto Martins: uso de placas particulares pelo MP não desrespeita Código de Trânsito Brasileiro.
Depois de consolidar entendimento de que o Ministério Público (MP) tem poder para realizar investigações, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que seus integrantes podem, assim como os policiais, usar carros com placas particulares - descaracterizadas - para não serem identificados. A questão foi analisada pelos ministros da 2ª Turma, por meio de uma ação popular.
A autorização para uso de placas particulares reacende a polêmica discussão sobre o poder de investigação de promotores e procuradores, que está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Câmara dos Deputados. Recentemente, uma comissão especial aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 37, que acrescenta o parágrafo 10 ao artigo 144 da Constituição Federal para definir que só as polícias federal e civil têm competência para apurar crimes.
No Supremo, porém, o placar é favorável a promotores e procuradores. Foram proferidos até agora seis votos, prevendo três caminhos. Os ministros Cezar Peluso (hoje aposentado), relator do caso, e Ricardo Lewandowski entenderam que, em regra, o Ministério Público não pode fazer investigações criminais, a não ser em casos excepcionais. Para os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello, os integrantes do órgão podem somente apurar crimes cometidos pela polícia ou praticados contra a administração pública. Já os ministros Joaquim Barbosa e Ayres Britto (também aposentado) votaram pelo reconhecimento da competência do MP para investigar qualquer questão penal.
"Dois votos nos dão ampla liberdade para investigar. Outros dois impõem algumas restrições. Estou confiante em uma vitória. Vamos ver em que termos", diz o presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), César Bechara Nader Mattar Júnior. Uma derrota no Supremo, segundo ele, significaria "uma enxurrada de pedidos de arguição de inconstitucionalidade contra investigações realizadas pelo Ministério Público ou com a participação de seus integrantes, o que inclui o mensalão".
Para o advogado Renato de Mello Jorge Silveira, chefe do Departamento de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP), uma decisão desfavorável no STF prejudicaria as atividades do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), criado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo em 1995. "Poderiam ser questionados processos que já foram finalizados", afirma.
O poder de investigação do Ministério Público é discutido no STF por meio de um recurso que teve repercussão geral reconhecida. No caso, o ex-prefeito de Ipanema (MG) Jairo de Souza Coelho questiona decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), que recebeu denúncia em que promotores o acusam de crime de responsabilidade, por suposto descumprimento de ordem judicial para o pagamento de precatórios. O julgamento está suspenso por um pedido de vista do ministro Luiz Fux.
Até então, segundo Mattar Júnior, a jurisprudência do Supremo é favorável ao MP. "A 2ª Turma entende que o Ministério Público tem competência para realizar, por sua iniciativa, investigação criminal", diz o presidente da Conamp. Ele espera uma vitória no Supremo antes da análise pelo plenário da Câmara dos Deputados da PEC que limita a atuação de promotores e procuradores. Para protestar contra a proposta, entidades de classe que representam a categoria prometem lançar na terça-feira, dia 11, uma campanha a favor do poder de investigação.
Enquanto o Supremo não define a questão, o Ministério Público vai colecionando precedentes favoráveis no STJ. No caso analisado pela 2ª Turma, o relator do caso, ministro Humberto Martins, entendeu que o Ministério Público "possui poderes investigatórios" e, portanto, pode usar placas descaracterizadas em alguns veículos oficiais, para resguardar a segurança de seus integrantes. "Não se visualiza na concessão do pleito qualquer afronta ao artigo 116 do Código de Trânsito Brasileiro ou a imoralidade administrativa", afirma o relator.
A ação popular foi apresentada pelo advogado e ex-secretário estadual do Paraná José Cid Campêlo Filho. Ele alega que a legislação de trânsito só autoriza o uso de placas particulares por carros de investigadores de polícia. "O Ministério Público não pode fazer investigação", diz o autor. "Portanto, não pode usar placas descaracterizadas." Procurada pelo Valor, a Procuradoria-Geral do Estado do Paraná não retornou até o fechamento da edição
.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Vejam o site do grupo de pesquisa Jurisdição Constitucional
http://www.novasperspectivasemjurisdicaoconstitucional.com/
Indicação para o STF
Valor Economico 4 de dezembro de 2012
Operação da PF atrasa indicação para o Supremo
Compartilhar:
FacebookTwitterLinkedInGoogle Plus.Por Juliano Basile
De BrasíliaA Operação Porto Seguro atrasou o processo de indicação pela Presidência da República do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o que, agora, pode ser adiado para o ano que vem. Deflagrada em 23 de novembro, cinco dias depois de Carlos Ayres Britto completar 70 anos e se aposentar, abrindo uma nova vaga na Corte, a ação da Polícia Federal fez com que dois dos principais interlocutores da presidente Dilma Rousseff nas nomeações para o STF fossem tomados para dar explicações sobre o caso. Ambos foram convocados para prestar esclarecimentos, nesta semana, ao Congresso.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai falar hoje, às 10h, na Câmara. O advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Lucena Adams, deve falar, amanhã, no Senado. Cardozo faz entrevistas prévias aos candidatos ao STF e encaminha os seus currículos para Dilma analisar. Além de ser ouvido pela presidente a respeito das indicações para o STF, Adams estava cotado para uma vaga na Corte.
A expectativa inicial era a de que o advogado-geral não fosse indicado na vaga aberta por Ayres Britto, mas para uma próxima, provavelmente a que seria aberta pela aposentadoria antecipada anunciada pelo ministro Celso de Mello para o ano que vem. Isso porque Dilma não queria prescindir do trabalho de Adams como consultor e elaborador de soluções jurídicas em questões complexas para o governo. Adams atua no projeto da nova Lei de Greve para o serviço público, nas regras sobre novas concessões para o setor de energia elétrica e participou ativamente até de assuntos internacionais, como a entrada da Venezuela no Mercosul.
Ao atingir o adjunto de Adams, José Weber de Holanda, com a suspeita de que esse último teria participado de um suposto esquema de venda de pareceres, a Operação Porto Seguro não apenas enfraqueceu a posição do advogado-geral junto ao Palácio do Planalto como prejudicou as chances de ele obter a nomeação do tributarista Heleno Torres para a Corte.
Torres deixou um enorme currículo em formato de memorial na mesa de Adams, de onde seria remetido diretamente à Presidência da República com a recomendação de sua indicação. Adams e Torres são amigos bastante próximos. Torres é professor da Universidade de São Paulo e tributarista - mesma especialidade de Adams, que, antes de ser o titular da AGU, comandou a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e foi responsável pela defesa do governo nas grandes ações econômicas envolvendo a União.
Dilma queria indicar o substituto de Ayres Britto de maneira ágil, como fez na última vaga aberta para o STF. O ministro Teori Zavascki foi indicado por Dilma, em setembro, sete dias depois de Cezar Peluso completar 70 anos e se aposentar.
Agora, Adams e Cardozo estão na defensiva. Ambos estão mais preocupados com as suas defesas no Congresso do que com a nomeação para o STF. O titular da AGU deve defender no Senado a quebra do sigilo bancário de Weber de Holanda. Ele deve alegar que, se há indícios de suspeita de recebimento de dinheiro contra o seu ex-adjunto e esse último não tem nada a temer, deve apresentar as suas contas. Já o ministro da Justiça deve argumentar no Congresso que não tem nem terá controle sobre a PF. A visão de Cardozo é a de que, num regime democrático, a PF é uma polícia de Estado, e não de governo. Isso, segundo ele, é algo positivo, pois permite que todos os servidores públicos, inclusive aqueles próximos aos altos escalões do Poder, sejam investigados.
Caso Adams e Cardozo sejam convincentes em suas explicações no Congresso, ambos podem reassumir as suas posições de interlocutores da presidente nas escolhas para o STF.
A presidente não está contente com o Supremo, o que ficou claro dado o seu semblante sisudo durante a posse do novo presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, no dia 22. O problema, na avaliação de interlocutores de Dilma, não é apenas o resultado do julgamento do mensalão, desfavorável a integrantes do PT, mas a forma como ele vem se processando com discussões ríspidas constantes entre os ministros e votos considerados midiáticos. A presidente quer que o STF tenha ministros com equilíbrio, recato e aversão a holofotes. A escolha de Teori, em setembro, seguiu essa linha. Não foi uma resposta ao resultado do mensalão, que já se desenhava contrário aos réus, mas uma indicação de que a presidente quer nomes equilibrados para a Corte e que não tenham temor de votar contra a opinião pública. Entre os demais indicados por Dilma, Rosa Weber é considerada equilibrada pelo Planalto, enquanto Luiz Fux passou a ser visto como midiático.
A lista de nomes que disputam a próxima vaga para o Supremo inclui: o advogado e jurista Luís Roberto Barroso, os tributaristas Humberto Bergmann Ávila, do Rio Grande do Sul, e Mary Elbe Queiroz, de Pernambuco, as ministras Eunice Carvalhido, Fátima Nancy Andrighi e Maria Thereza Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM), a subprocuradora-geral Deborah Duprat e as professoras Flávia Piovesan (PUC-SP) e Heloísa Helena (Uerj).
.
Operação da PF atrasa indicação para o Supremo
Compartilhar:
FacebookTwitterLinkedInGoogle Plus.Por Juliano Basile
De BrasíliaA Operação Porto Seguro atrasou o processo de indicação pela Presidência da República do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o que, agora, pode ser adiado para o ano que vem. Deflagrada em 23 de novembro, cinco dias depois de Carlos Ayres Britto completar 70 anos e se aposentar, abrindo uma nova vaga na Corte, a ação da Polícia Federal fez com que dois dos principais interlocutores da presidente Dilma Rousseff nas nomeações para o STF fossem tomados para dar explicações sobre o caso. Ambos foram convocados para prestar esclarecimentos, nesta semana, ao Congresso.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai falar hoje, às 10h, na Câmara. O advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Lucena Adams, deve falar, amanhã, no Senado. Cardozo faz entrevistas prévias aos candidatos ao STF e encaminha os seus currículos para Dilma analisar. Além de ser ouvido pela presidente a respeito das indicações para o STF, Adams estava cotado para uma vaga na Corte.
A expectativa inicial era a de que o advogado-geral não fosse indicado na vaga aberta por Ayres Britto, mas para uma próxima, provavelmente a que seria aberta pela aposentadoria antecipada anunciada pelo ministro Celso de Mello para o ano que vem. Isso porque Dilma não queria prescindir do trabalho de Adams como consultor e elaborador de soluções jurídicas em questões complexas para o governo. Adams atua no projeto da nova Lei de Greve para o serviço público, nas regras sobre novas concessões para o setor de energia elétrica e participou ativamente até de assuntos internacionais, como a entrada da Venezuela no Mercosul.
Ao atingir o adjunto de Adams, José Weber de Holanda, com a suspeita de que esse último teria participado de um suposto esquema de venda de pareceres, a Operação Porto Seguro não apenas enfraqueceu a posição do advogado-geral junto ao Palácio do Planalto como prejudicou as chances de ele obter a nomeação do tributarista Heleno Torres para a Corte.
Torres deixou um enorme currículo em formato de memorial na mesa de Adams, de onde seria remetido diretamente à Presidência da República com a recomendação de sua indicação. Adams e Torres são amigos bastante próximos. Torres é professor da Universidade de São Paulo e tributarista - mesma especialidade de Adams, que, antes de ser o titular da AGU, comandou a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e foi responsável pela defesa do governo nas grandes ações econômicas envolvendo a União.
Dilma queria indicar o substituto de Ayres Britto de maneira ágil, como fez na última vaga aberta para o STF. O ministro Teori Zavascki foi indicado por Dilma, em setembro, sete dias depois de Cezar Peluso completar 70 anos e se aposentar.
Agora, Adams e Cardozo estão na defensiva. Ambos estão mais preocupados com as suas defesas no Congresso do que com a nomeação para o STF. O titular da AGU deve defender no Senado a quebra do sigilo bancário de Weber de Holanda. Ele deve alegar que, se há indícios de suspeita de recebimento de dinheiro contra o seu ex-adjunto e esse último não tem nada a temer, deve apresentar as suas contas. Já o ministro da Justiça deve argumentar no Congresso que não tem nem terá controle sobre a PF. A visão de Cardozo é a de que, num regime democrático, a PF é uma polícia de Estado, e não de governo. Isso, segundo ele, é algo positivo, pois permite que todos os servidores públicos, inclusive aqueles próximos aos altos escalões do Poder, sejam investigados.
Caso Adams e Cardozo sejam convincentes em suas explicações no Congresso, ambos podem reassumir as suas posições de interlocutores da presidente nas escolhas para o STF.
A presidente não está contente com o Supremo, o que ficou claro dado o seu semblante sisudo durante a posse do novo presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, no dia 22. O problema, na avaliação de interlocutores de Dilma, não é apenas o resultado do julgamento do mensalão, desfavorável a integrantes do PT, mas a forma como ele vem se processando com discussões ríspidas constantes entre os ministros e votos considerados midiáticos. A presidente quer que o STF tenha ministros com equilíbrio, recato e aversão a holofotes. A escolha de Teori, em setembro, seguiu essa linha. Não foi uma resposta ao resultado do mensalão, que já se desenhava contrário aos réus, mas uma indicação de que a presidente quer nomes equilibrados para a Corte e que não tenham temor de votar contra a opinião pública. Entre os demais indicados por Dilma, Rosa Weber é considerada equilibrada pelo Planalto, enquanto Luiz Fux passou a ser visto como midiático.
A lista de nomes que disputam a próxima vaga para o Supremo inclui: o advogado e jurista Luís Roberto Barroso, os tributaristas Humberto Bergmann Ávila, do Rio Grande do Sul, e Mary Elbe Queiroz, de Pernambuco, as ministras Eunice Carvalhido, Fátima Nancy Andrighi e Maria Thereza Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM), a subprocuradora-geral Deborah Duprat e as professoras Flávia Piovesan (PUC-SP) e Heloísa Helena (Uerj).
.
Assinar:
Postagens (Atom)