sábado, 31 de maio de 2014

El país
Correa busca a reeleição ilimitada
O presidente do Equador propõe reforma na Constituição depois de repetirem diversas ocasiões que não se perpetuaria no cargo Na Guatemala, o presidente também quer ampliar seu mandato A direita se impõe nas cidades mais importantes do Equador“É perfeitamente legítimo ter uma lei de comunicação”SORAYA CONSTANTE Quito 31 MAI 2014 - 10:47 BRT Arquivado em: Rafael Correa Alianza País Revolução Civil Equador Socialismo Partidos políticos América do Sul América Latina Eleições Ideologias América Política.
Rafael Correa, presidente do Equador, durante seu informe de governo. /CECILIA PUEBLA (EFF)
A agenda política desta semana no Equador foi marcada por um tema crucial:o debate da reeleição presidencial. Desde que o presidente Rafael Correa pronunciou-se, uma semana atrás, favorável a reformar a Constituição, a reeleição ilimitada está mais próxima de se tornar realidade. A discussão começou quando Correa, ao cumprir o primeiro ano de seu terceiro mandato, durante o informe à nação, revelou que o movimento Alianza País combinou pedir para seus congressistas uma emenda à Carta Magna para aprovar a eleição ilimitada de todos os cargos de eleição popular. A Constituição aprovada em 2008, dois anos depois da chegada de Correa ao poder, impedia que qualquer autoridade se perpetuasse no poder e deixava claro que tanto os vereadores dos municípios como o presidente do país poderiam tentar a reeleição somente uma vez.
Correa argumentou que a decisão de modificar a Constituição se tomou porque se aproximam “tempos duros” para a Revolução Cidadã, o movimento por ele liderado, e que“existe uma restauração conservadora em marcha” que, na opinião do presidente, põe em perigo os avanços obtidos pelo país nos últimos sete anos. No momento, tudo indica que o chamado para defender estas conquistas vem do atual mandatário, ainda que ele mantenha o discurso de que tudo depende das decisões que seu movimento tomará. “Sei bem que minha vida já não é minha: é de meu povo e de minha pátria e estarei aonde o momento histórico exija”, disse.
Guillermo Lasso, ex-candidato presidencial e líder do movimento Creo, emuma entrevista para Ecuavisa, citou Simón Bolívar para mostrar que é contrário à reeleição sem limite de tempo. “Não é bom que um cidadão permaneça tanto tempo no poder, se acostuma a mandar e o povo, a obedecer.E assim nascem a usurpação e a tirania”. E lembrou também de uma frase do próprio Correa: “É muito ruim uma pessoa ser tão indispensável que tenha de reformar a Constituição e mudar as regras do jogo”.
Sob o novo marco constitucional, Correa foi ratificado em seu cargo em agosto de 2009 e até 2011 manteve o discurso de que estava esgotado e que a responsabilidade do cargo afetava sua família. Comentou, inclusive, que propôs a sua esposa que fossem viver na Bélgica. “Eu estarei, se Deus assim permitir, apenas quatro anos mais, mas esta revolução deve durar para sempre”, dizia.
Não é bom que um cidadão permaneça tanto tempo no poder, se acostuma a mandar e o povo, a obedecer. E assim nascem a usurpação e a tirania Guillermo Lasso Mas no final de 2012 tornou-se novamente o candidato da Alianza País e ganhou as eleições de 2013. Quando iniciou o segundo período, em maio deste ano, também assegurou que seria o último. Correa já especulava com o tabu da reeleição em fevereiro passado, quando o movimento governamental perdeu as prefeituras de cidades estratégicas como Quito, Guayaquil eCuenca. “Pessoalmente, creio que é meu dever rever a decisão sincera de não me candidatar à reeleição, porque tenho a responsabilidade de garantir que este processo seja irreversível”, declarou Correa em março.
Tudo indicava, portanto, que o congressista Fabián Solano, presidente do Partido Socialista, que mantém uma aliança com o movimento governista, apadrinharia a discussão da reeleição ilimitada na Assembléia Nacional.Mas esta proposta nunca foi concretizada e o socialista nem sequer chegou a reunir-se com o bloco governista para tratar do tema.
O pedido recente de emenda constitucional da Alianza País tampouco chegou à Assembléia Nacional. O congressista governista Virgilio Hernández disseque a proposta ainda não foi redigida. O congressista Mauro Andino, também da Alianza País e presidente da Comissão de Justiça e Estrutura do Estado, explica que se espera que os coordenadores do bloco legislativo convoquem uma reunião para preparar a proposta.
A Corte Constitucional terá de eleger o mecanismo para modificar a Carta Magna. As opções são uma emenda ou uma reforma constitucional. A diferença é que a primeira é aprovada pela Assembléia Nacional (onde o partido do Governo tem 100 das 130 cadeiras) enquanto que a segunda requer uma convocação de referendo a nível nacional.
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sexta-feira, 30 de maio de 2014

QUADRO COMPARATIVO R. GARAVITO - CLAVERO


IGUALITARIA SOBRE EL CONSTITUCIONALISMO. COORDINADOR: ROBERTO GARGARELLA.

 IGUALITARIA SOBRE EL CONSTITUCIONALISMO. COORDINADOR: ROBERTO GARGARELLA.

29/5/2014

Waldron: 5 contra 4 (2). Contra-democrático, no contra-mayoritario


En el citado texto "5 contra 4," Waldron trata de mostrar que la reflexión sobre el tema (el uso del principio mayoritario, por parte de los jueces, a la hora de decidir sus desacuerdos sobre derechos) remite a varias cuestiones de relevancia para la teoría constitucional. Entre ellas:

1) ayuda a entender que no hay incompatibilidad entre el uso del principio mayoritario y el tratamiento de cuestiones de principio

2) favorce un reconocimiento más franco del rol que juega el principio mayoriario en el proceso decisorio de la justicia, lo cual contribuye a pensar mejor y de modo más abierto sobre la cuestión del desacuerdo

3) permite un mejor uso de ideas tan habitualmente (mal) usadas como la de la "tiranía de la mayoría"

4) ayuda, también, a tratar mejor la cuestión de la democracia. Por caso, dice JW, los teóricos de la democracia deliberativa deben empezar a incorporar la cuestión del voto, no como una falencia de la deliberacion, sino como un resultado natural de la misma (el punto se extiende acá a la idea de que la deliberación no siempre ayuda a la formacion del consenso, ni termina en acuerdo, sino que dificulta lo primero tanto como lo segundo)

Termina entonces su texto con lo que llama "una provocación", para decir que una mayoría de doctrinarios anglosajones "se ha acostumbrado a decir tantas barbaridades en contra del  mayoritarismo y el voto mayoritario (el de los ciudadanos o el que se da en la legislatura) en su argumentación a favor de la revisión judicial, que luego se quedan mudos cuando tienen que
justificar por qué es puede usarse sin problemas exactamente el mismo proceso de decisión dentro de los tribunales de apelación." "Las estadísticas" (agrega, contra la idea dworkiniana de "la democracia como estadística") "no dejan de ser estadísticas solo porque los números de los que votan son menores, o los votantes usan toga".

Por lo dicho -finaliza JW- lo que enfrentamos no debe ser visto como "una dificultad contra-mayoritaria, sino como una dificultad contra-democrática. Nuestra práctica refleja...una desconfianza en el proceso de decisión democrática [más que en el uso del principio mayoritario -principio que, como este artículo ayuda a reconocer, se utiliza centralmente en la esfera judicial].


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Comentário de Gargarella sobre Waldron

29/5/2014

Waldron: 5 contra 4 (2). Contra-democrático, no contra-mayoritario


En el citado texto "5 contra 4," Waldron trata de mostrar que la reflexión sobre el tema (el uso del principio mayoritario, por parte de los jueces, a la hora de decidir sus desacuerdos sobre derechos) remite a varias cuestiones de relevancia para la teoría constitucional. Entre ellas:

1) ayuda a entender que no hay incompatibilidad entre el uso del principio mayoritario y el tratamiento de cuestiones de principio

2) favorce un reconocimiento más franco del rol que juega el principio mayoriario en el proceso decisorio de la justicia, lo cual contribuye a pensar mejor y de modo más abierto sobre la cuestión del desacuerdo

3) permite un mejor uso de ideas tan habitualmente (mal) usadas como la de la "tiranía de la mayoría"

4) ayuda, también, a tratar mejor la cuestión de la democracia. Por caso, dice JW, los teóricos de la democracia deliberativa deben empezar a incorporar la cuestión del voto, no como una falencia de la deliberacion, sino como un resultado natural de la misma (el punto se extiende acá a la idea de que la deliberación no siempre ayuda a la formacion del consenso, ni termina en acuerdo, sino que dificulta lo primero tanto como lo segundo)

Termina entonces su texto con lo que llama "una provocación", para decir que una mayoría de doctrinarios anglosajones "se ha acostumbrado a decir tantas barbaridades en contra del mayoritarismo y el voto mayoritario (el de los ciudadanos o el que se da en la legislatura) en su argumentación a favor de la revisión judicial, que luego se quedan mudos cuando tienen que justificar por qué es puede usarse sin problemas exactamente el mismo proceso de decisión dentro de los tribunales de apelación." "Las estadísticas" (agrega, contra la idea dworkiniana de "la democracia como estadística") "no dejan de ser estadísticas solo porque los números de los que votan son menores, o los votantes usan toga".

Por lo dicho -finaliza JW- lo que enfrentamos no debe ser visto como "una dificultad contra-mayoritaria, sino como una dificultad contra-democrática. Nuestra práctica refleja...una desconfianza en el proceso de decisión democrática [más que en el uso del principio mayoritario -principio que, como este artículo ayuda a reconocer, se utiliza centralmente en la esfera judicial].

terça-feira, 27 de maio de 2014

Julgamento de planos será retomado no STF

Por Maíra Magro | De Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para amanhã o julgamento de maio repercussão para o sistema financeiro em andamento no Judiciário: o que definirá se os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990 foram ou não constitucionais. A decisão vai apontar a solução para cerca de 1 milhão de ações individuais e mil ações coletivas em andamento sobre o assunto, três décadas depois. O julgamento será retomado com a votação dos ministros. A fase de defesa ocorreu em novembro do ano passado, quando advogados de bancos e poupadores apresentaram seus argumentos.

Na pauta estão cinco processos. No primeiro, a Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) pede que os planos Cruzado (1986), Bresser (1987), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor 2 (1991) sejam declarados constitucionais. A Consif argumenta que os bancos seguiram as determinações do governo ao fazer os reajustes na época. Assim, não caberia pagar correção aos poupadores.

A Corte também vai analisar quatro recursos do Banco do Brasil, Itaú e Santander contra decisões favoráveis aos correntistas. A posição do STF servirá de parâmetro para todos os casos que, desde 2010, estão parados aguardando o julgamento definitivo.
Os primeiros a votar serão os ministros relatores dos processos: Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Devido à complexidade do assunto, os debates podem se prolongar. Lewandowski já anunciou que trará um voto de mais de cem páginas. Como três ministros se declararam impedidos - Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Luiz Fux -, apenas oito
dos 11 integrantes da Corte participam do julgamento.

Em jogo está uma conta que pode chegar a R$ 341 bilhões, segundo estudo daconsultoria LCA feito a pedido da Federação Brasileira de Bancos(Febraban). O documento estimou que os bancos terão que pagar essa quantiase o STF derrubar a validade dos planos e se todos os poupadores da épocadecidirem pleitear as correções na Justiça. Se 50% dos correntistas procurarem o Judiciário, a soma iria para R$ 150 bilhões. Organizações de
defesa do consumidor alegam que os bancos exageram ao considerar que 100% dos poupadores procurariam a Justiça. Ainda assim, segundo os bancos, o total de provisões do sistema financeiro para esse tipo de ação é da ordem de R$ 8,3 bilhões, muito inferior aos cálculos do risco potencial dadecisão.

Esse risco foi multiplicado por duas decisões recentes do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), corte responsável pela última palavra sobre assuntos que não afetam diretamente a Constituição. Na semana passada, o STJ estipulou que os juros de mora nas ações civis públicas devem ser contados a partir da primeira citação do banco, e não a partir do cumprimento da sentença condenatória, que ocorre depois. Assim, os juros passaram a remontar à década de 1990.

Em outra decisão, de novembro de 2011, o STJ definiu que as ações civis públicas têm abrangência nacional. Isso significa que o direito reconhecido na sentença (no caso, a correção da poupança) pode valer para o país inteiro, se o autor da ação civil pública tiver solicitado essa abrangência. Mas os bancos ainda contestam esse ponto na Justiça, além de discutir quem pode se beneficiar das ações coletivas: todos os potencialmente afetados ou apenas quem assinou o pedido original.

Os bancos gastaram até agora R$ 7,2 bilhões com ações judiciais sobre planos econômicos já encerradas, segundo a LCA. Nesses casos, a discussão terminou antes de chegar ao STF e o Judiciário deu ganho aos poupadores.
"Planos econômicos e o STF"
Valor Data
27/05/2014

Indenização a poupador deve envolver Congresso, diz AGU Por Juliano Basile e Leandra Peres | De BrasíliaRuy Baron/Valor / Ruy Baron/ValorAdams, da AGU: governo teria que discutir formas de se parcelar pagamentos O governo está preocupado com a votação do Supremo Tribunal Federal (STF)sobre os planos econômicos em ano eleitoral, pois avalia que, caso os bancos públicos e privados tenham que indenizar os poupadores em centenas de bilhões de reais, será necessário que o Congresso esteja em pleno funcionamento para aprovar medidas legislativas.

Na avaliação do advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Lucena Adams, a participação do Congresso seria essencial para equacionar um eventual pagamento pelos bancos da correção das poupanças que vigoravam nos planos Bresser (1987), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor 2(1991). Nessa hipótese, o governo terá que discutir com os parlamentares formas de se parcelar os pagamentos ao longo dos próximos anos ou até
mesmo aprovar mecanismos para o custeio, como novas contribuições.

Seria necessário discutir um "colchão" para os bancos arcarem com uma conta que pode chegar a R$ 341 bilhões e da qual a maior parte sairia de
instituições públicas, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.Outra hipótese seria a criação de um fundo para aportar recursos para ajudar os bancos a pagar os poupadores. "O que tem que estar claro é que há necessidade de essa questão ser negociada", afirmou Adams. "Esse tema não pode ser equacionado com um Congresso pensando em eleições."

A votação deve ser retomada nesta quarta-feira e a AGU ingressou, ontem, com um novo pedido ao STF para evitar que o julgamento ocorra sem a realização de um debate prévio sobre as consequências da decisão. "Temos que evitar que a economia fique contraída por parte dessa demanda e a audiência pública é fundamental. Lá estarão representantes dos bancos e dos consumidores", justificou Adams. Segundo ele, o objetivo do pedido não é o de adiar o julgamento que causa temor aos bancos dadas as perspectivas de o STF determinar indenizações aos poupadores. "Nós não queremos o adiamento, mas um processo em que fiquem claras questões ainda obscuras",disse.
Um dos pontos que precisa ser clarificado é a quantidade de ações
coletivas de poupadores. Entidades de defesa de consumidores disseram ao STF que há poucas ações coletivas, mas, segundo a AGU, são muitas e o potencial de desembolso a partir desses processos é grande.

Mas o fundamental é esclarecer as consequências do julgamento do STF. Adams lembrou que, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu "uma questão acessória" - a cobrança de juros de mora nas ações envolvendo planos -, houve "forte repercussão sobre os bancos". "Todos eles perderam valor de mercado", enfatizou. As ações do BB caíram 7% após esse
julgamento do STJ, na última quarta-feira. "Temo que essa prospecção negativa possa se repetir", advertiu. "Nós não queremos gerar um pânico desmesurado, mas há uma repercussão sistêmica (do julgamento) e a dimensão dela nos permite agir", completou.

A AGU e o Banco Central requisitaram audiência pública ao STF, no início do ano, para obter esclarecimentos sobre um cálculo apresentado pelo Ministério Público Federal de que os bancos lucraram R$ 441 bilhões na época da edição dos planos. Segundo o BC, o valor seria inferior a R$ 5 bilhões. Os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli,relatores dos processos sobre o assunto, não responderam à solicitação.
O caso dos planos pode fazer com que, pela primeira vez, desde que julgou o ex-presidente Fernando Collor, em 1994, o STF convoque ministros do STJ para compor quórum num julgamento. Essa hipótese é real, pois há três ministros do STF que estão impedidos no julgamento: Roberto Barroso, que fez pareceres sobre o caso para o Itaú, Luiz Fux, cuja filha trabalha num
escritório de advocacia que defende os bancos, e Cármen Lúcia pelo fato de seu pai ter ingressado com ação para receber das instituições financeiras.Sem eles, o quórum cai de onze para oito votos e são necessários ao menos seis para declarar que os planos foram constitucionais ou não.

Se a decisão ficar empatada em quatro votos a quatro ou mesmo se houver placar de cinco votos a três, os ministros terão que discutir o que farão.No regimento interno do STF, há a previsão de o presidente proferir o voto de desempate. Mas o ministro Joaquim Barbosa já foi contrário a essa possibilidade em julgamentos anteriores. Então, se houver empate de quatro votos, a perspectiva é a de que se convoque integrantes do STJ. Já se houver um placar de cinco votos a três a favor dos poupadores, os ministros terão que discutir se faltou maioria constitucional de seis votos ou se os pagamentos podem ser determinados. No caso Collor, houve
empate em quatro votos e foram convocados três ministros do STJ para decidir.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

quarta-feira, 21 de maio de 2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Quadro comparativo : Moncayo - Martinez / Viciano - Gargarella


Augmenter police Diminuer police por Boaventura de Sousa Santos

Augmenter police Diminuer police
por Boaventura de Sousa Santos /
Rafael Correa es el gran modernizador del capitalismo ecuatoriano, el hombre que dotó al sistema político de una estabilidad que hace décadas no tenía. Encarna como nadie la encrucijada de la izquierda latinoamericana. Busca reconstruir el Estado-Nación y ve a la plurinacionalidad indígena
como una amenaza. Enfrenta al neoliberalismo al tiempo que incorpora sus concepciones. Da vía libre al extractivismo como forma de generar riqueza para distribuir entre sus víctimas. El reconocido intelectual portugués  Boaventura de Sousa Santos escribe para Crisis sobre los límites de una
política y un liderazgo que habla en nombre de la sociedad civil mientras rechaza su potencialidad.

(Traducción de Antoni Aguiló)

Los intelectuales de América Latina, entre los que me considero por  adopción, han cometido dos tipos de errores en sus análisis de los procesos políticos de los últimos cien años, sobre todo cuando contienen elementos nuevos, ya sean ideales de desarrollo, alianzas para construir el bloque hegemónico, instituciones, formas de lucha, estilos de hacer política. Por supuesto, los intelectuales de derecha también han cometido muchos errores, pero aquí no me ocuparé de ellos.

El primer error ha consistido en no hacer un esfuerzo serio para comprender los procesos políticos de izquierda que no encajan fácilmente en las teorías marxistas y no marxistas heredadas. Las primeras reacciones a la Revolución cubana son un buen ejemplo. El segundo tipo de error ha consistido en silenciar, por complacencia o temor de favorecer a la derecha, las críticas de los errores, desviaciones y hasta perversiones por las que han pasado estos procesos, perdiendo así la oportunidad de transformar la solidaridad crítica en instrumento de lucha.

Desde 1998, con la llegada de Hugo Chávez al poder, la izquierda latinoamericana ha vivido el período más brillante de su historia y tal vez uno de los más brillantes de la izquierda mundial. Obviamente, no podemos olvidar los primeros momentos de las revoluciones rusa, china y cubana, ni tampoco los éxitos de la socialdemocracia europea durante la posguerra. Pero los gobiernos progresistas de los últimos quince años son particularmente notables por varias razones: se producen en un momento de gran expansión del capitalismo neoliberal ferozmente hostil a proyectos nacionales en divergencia con él; son internamente muy diferentes, dando cuenta de una diversidad de la izquierda hasta entonces desconocida; nacen de procesos democráticos con una elevada participación popular, ya sea institucional o no institucional; no exigen sacrificios a las mayorías en
nombre de un futuro glorioso, sino que tratan, por el contrario, de transformar el presente de quienes nunca tuvieron acceso a un futuro mejor.

Escribo este texto siendo muy consciente de la existencia de los errores mencionados y sin saber si tendré éxito en evitarlos. Además, me centro en el caso más complejo de todos los que constituyen el nuevo período de la izquierda latinoamericana. Me refiero a los gobiernos de Rafael Correa en Ecuador, en el poder desde 2006. Para empezar, algunos puntos de partida.
En primer lugar, se puede discutir si los gobiernos Correa son de izquierda o de centroizquierda, pero me parece absurdo considerarlos de derecha, como pretenden algunos de sus opositores de izquierda. Dada la polarización instalada, creo que estos últimos sólo reconocerán que Correa fue en última instancia de izquierda o centroizquierda en los meses (o días) siguientes a la eventual elección de un gobierno de derecha. En segundo lugar, es opinión ampliamente compartida que Correa ha sido, “a
pesar de todo”, el mejor presidente que Ecuador ha tenido en las últimas décadas y el que ha garantizado mayor estabilidad política después de muchos años de caos. En tercer lugar, no cabe duda de que Correa ha emprendido la mayor redistribución de la renta de la historia de Ecuador, contribuyendo a la reducción de la pobreza y al fortalecimiento de las clases medias. Nunca tantos hijos de las clases trabajadoras llegaron a la universidad. ¿Pero por qué todo esto, que es mucho, no es suficiente para tranquilizar al “oficialismo” y convencerlo de que el proyecto de Correa, con o sin él, proseguirá después de 2017 (próximas elecciones presidenciales)?

Aunque Ecuador vivió en el pasado algunos momentos de modernización, Correa es el gran modernizador del capitalismo ecuatoriano. Por su amplitud y ambición, el programa de Correa tiene algunas similitudes con el de Kemal Atatürk en la Turquía de las primeras décadas del siglo XX.
Ambos están presididos por el nacionalismo, el populismo y el estatismo.
El programa de Correa se basa en tres ideas principales. La primera es la centralidad del Estado como conductor del proceso de modernización y, vinculada a ella, la idea de soberanía nacional, el antiimperialismo estadounidense (cierre de la base militar de Manta; expulsión de personal militar de la embajada de Estados Unidos; lucha agresiva contra Chevron y la destrucción ambiental que ha causado en la Amazonia) y la necesidad de mejorar la eficiencia de los servicios públicos. “Sin perjudicar a los ricos”, es decir, sin alterar el modelo de acumulación capitalista, la segunda idea consiste en generar con urgencia recursos que permitan llevar a cabo políticas sociales (compensatorias, en el caso de la redistribución de la renta, y potencialmente universales, en el caso de la salud, la educación y la seguridad social) y construir infraestructuras (carreteras, puertos, electricidad, etc.) con el fin de volver a la sociedad más moderna y equitativa. La tercera idea implica que, por estar todavía subdesarrollada, la sociedad no está preparada para altos niveles de participación democrática y ciudadanía activa, que pueden resultar disfuncionales para el ritmo y la eficacia de las políticas en curso. Para que esto no ocurra, hay que invertir mucho en educación y desarrollo. Hasta entonces, el mejor ciudadano es aquel que confía en el Estado, porque éste sabe mejor que él cuál es su verdadero interés.

¿Este vasto programa choca o no con la Constitución de 2008, considerada una de las más progresistas y revolucionarias de América Latina? Veámoslo. La Constitución apunta a un modelo alternativo de desarrollo (e incluso a una alternativa al desarrollo) fundada en la idea del buen vivir, una idea tan nueva que sólo puede formularse correctamente en una lengua no colonial, el quechua: sumak kawsay. Esta idea presenta desdoblamientos muy interesantes: la naturaleza como ser vivo y, por tanto, limitado, sujeto y objeto de cuidado, y nunca como recurso natural inagotable (los derechos
de la naturaleza); la economía y la sociedad intensamente pluralistas, orientadas por la reciprocidad, la solidaridad, la interculturalidad y la plurinacionalidad; Estado y política con un carácter altamente
participativos, involucrando diferentes formas de ejercicio democrático y de control ciudadano del Estado.

Para Correa (casi) todo esto es importante, pero se trata de un objetivo a largo plazo. A corto plazo, y de manera urgente, es necesario crear riqueza para redistribuir los ingresos, realizar políticas sociales e infraestructuras esenciales para el desarrollo del país. La política tiene que asumir un carácter sacrificial, dejando de lado lo que más valora para que un día pueda rescatarlo. Así, es necesario intensificar la explotación de recursos naturales (minería, petróleo, agricultura industrial) antes de
que sea posible depender menos de ellos. Para ello, es preciso llevar a cabo una agresiva reforma de la educación superior y una vasta revolución científica basada en la biotecnología y la nanotecnología para crear una economía del conocimiento a medida de la riqueza de la biodiversidad del
país. Todo esto sólo dará frutos (que se dan por ciertos) dentro de muchos años.

A la luz de esto, el Parque Nacional Yasuní, tal vez el más rico en biodiversidad del mundo, tiene que ser sacrificado y la explotación petrolera realizada, a pesar de las promesas iniciales de no hacerlo, no
sólo porque la comunidad internacional no colaboró en la propuesta de no explotación, sino sobre todo porque los ingresos previstos derivados de la explotación están vinculados a inversiones en curso y su financiación por países extranjeros (China) tiene como garantía la explotación petrolera.
En esta línea, los pueblos indígenas que se han opuesto a la explotación son vistos como obstáculos al desarrollo, víctimas de la manipulación de dirigentes corruptos, políticos oportunistas, ONG al servicio del imperialismo o jóvenes ecologistas de clase media, ellos mismos manipulados o simplemente inconsecuentes.

La eficiencia exigida para llevar a cabo tan amplio proceso de modernización no puede verse comprometida por el disenso democrático. La participación ciudadana es bienvenida, pero sólo si es funcional y eso, de momento, sólo puede garantizarse si recibe una mayor orientación del Estado, es decir, del Gobierno. Con razón, Correa se siente víctima de los medios de comunicación que, como ocurre en otros países del continente, están al servicio del capital y la derecha. Trata de regular los medios de comunicación y la regulación propuesta tiene aspectos muy positivos, pero a la vez tensa la cuerda y polariza las posiciones de tal modo que de ahí a la demonización de la política en general hay un corto paso. Periodistas son intimidados, activistas de movimientos sociales (algunos con una larga tradición en el país) son acusados de terrorismo y la consecuente criminalización de la protesta social parece cada vez más agresiva. El riesgo de transformar adversarios políticos, con los que se discute, en enemigos que es necesario eliminar, es grande. En estas condiciones, el mejor ejercicio democrático es el que permite el contacto directo de Correa con el pueblo, una democracia plebiscitaria de nuevo tipo. Al igual que Chávez, Correa es un comunicador brillante y sus habituales
apariciones semanales en los programas de radio y televisión de los sábados (“sabatinas”) son un ejercicio político de gran complejidad. El contacto directo con los ciudadanos no tiene como objetivo que estos participen en las decisiones, sino más bien que las ratifiquen mediante una socialización seductora que se presenta desprovista de contradicción.

Con razón, Correa considera que las instituciones del Estado nunca han sido social o políticamente neutrales, pero es incapaz de distinguir entre neutralidad y objetividad en base a procedimientos. Por el contrario, piensa que las instituciones estatales deben involucrarse activamente en las políticas del Gobierno. Por eso es natural que el sistema judicial sea demonizado si toma alguna decisión hostil al Gobierno y celebrado como independiente en caso contrario; que la Corte Constitucional se abstenga
de decidir sobre cuestiones polémicas (como en el caso de la comunidad de La Cocha en materia de justicia indígena) si las decisiones pueden perjudicar lo que se juzga el interés superior del Estado; que un dirigente del Consejo Nacional Electoral, encargado de verificar las firmas para una consulta popular sobre la no explotación de petróleo en Yasuní, promovida por el movimiento Yasunidos, se pronuncie públicamente contra la consulta antes de efectuar la verificación. La erosión de las instituciones, típica del populismo, es peligrosa sobre todo cuando estas no son fuertes desde el principio debido a los privilegios oligárquicos de siempre. Y es que cuando el líder carismático abandona la escena (como ocurrió trágicamente con Hugo Chávez), el vacío político alcanza proporciones incontrolables debido a la falta de mediaciones institucionales.

Y esto resulta aún más trágico en cuanto es cierto que Correa ve su papel histórico como la construcción del Estado-nación. En tiempos de neoliberalismo global, el objetivo es importante e incluso decisivo. No obstante, se le escapa la posibilidad de que este nuevo Estado-nación sea
institucionalmente muy diferente del modelo de Estado colonial o Estado criollo y mestizo precedente. Por eso, la reivindicación indígena de la plurinacionalidad, en vez de ser manejada con el cuidado que la Constitución recomienda, es demonizada como peligro para la unidad (es decir, la centralidad) del Estado. En lugar de diálogos creativos entre la nación cívica, que consensualmente es la patria de todos, y las naciones étnico-culturales, que exigen respeto por la diferencia y autonomía
relativa, se fragmenta el tejido social, centrándose más en los derechos individuales que en los colectivos. Los indígenas son ciudadanos activos en construcción, pero las organizaciones indígenas independientes son corporativas y hostiles al proceso. La sociedad civil es buena siempre que
no esté organizada. ¿Una insidiosa presencia neoliberal dentro del postneoliberalismo?

Se trata, por tanto, del capitalismo del siglo XXI. Hablar del socialismo del siglo XXI es, por el momento, y en el mejor de los casos, un objetivo lejano. A la luz de estas características y contradicciones dinámicas que el proceso dirigido por Correa contiene, centroizquierda es quizá la mejor manera de definirlo políticamente. Tal vez el problema resida menos en el Gobierno que en el capitalismo que él promueve. Paradójicamente, parece componer una versión postneoliberal del neoliberalismo. Cada remodelación ministerial ha producido el fortalecimiento de las élites empresariales vinculadas a la derecha. ¿Será que el destino inexorable del centroizquierda es deslizarse lentamente hacia la derecha, tal y como ha sucedido con la socialdemocracia europea? Si esto ocurriese, sería una tragedia para el país y el continente. Correa generó una megaexpectativa,
pero perversamente la manera en que pretende que no se convierta en una megafrustración corre el riesgo de apartar a los ciudadanos, como quedó demostrado en las elecciones locales del pasado 23 de febrero, en las que el movimiento Alianza País, que lo apoya, sufrió un fuerte revés. Cuesta
creer que el peor enemigo de Correa es el propio Correa. Al pensar que tiene que defender la Revolución ciudadana de ciudadanos poco esclarecidos, malintencionados, infantiles, ignorantes, fácilmente manipulables por políticos oportunistas o enemigos procedentes de la derecha, Correa corre el riesgo de querer hacer la revolución ciudadana sin ciudadanos, o lo que es lo mismo, con ciudadanos sumisos. Los ciudadanos sumisos no luchan por aquello a lo que tienen derecho, sólo
aceptan lo que les es dado. ¿Puede aún Correa rescatar la gran oportunidad histórica de llevar a cabo la Revolución ciudadana que se propuso? Pienso que sí, pero el margen de maniobra es cada vez más reducido y los verdaderos enemigos de la Revolución ciudadana parecen estar cada vez más cerca del Presidente. Para evitar esto, y en solidaridad con la Revolución ciudadana, todos debemos contribuir a impulsarla.

A tal efecto, identifico tres tareas básicas. En primer lugar, hay que democratizar la propia democracia, combinando democracia representativa con verdadera democracia participativa. La democracia que se construye únicamente desde arriba siempre corre el riesgo de convertirse en
autoritarismo en relación con los de abajo. Por mucho que le cueste, Correa tendrá que sentirse suficientemente seguro de sí mismo para, en lugar de criminalizar el disenso (siempre fácil para quien tiene el poder), dialogar con los movimientos, las organizaciones sociales y con los jóvenes yasunidos, aunque los considere “ecologistas infantiles”. Los jóvenes son los aliados naturales de la Revolución ciudadana, de la reforma de la educación superior y de la política científica, si ésta se
lleva a cabo con sensatez. Alienar a los jóvenes parece un suicidio político.

En segundo lugar, hay que desmercantilizar la vida social, no sólo a través de políticas sociales, sino también a través de la promoción de economías no capitalistas, campesinas, indígenas, urbanas, asociativas. Ciertamente, no está en consonancia con el buen vivir entregar bonos a las clases populares para que se envenenen con la comida basura que inunda los centros comerciales. La transición al postextractivismo se hace con cierto postextractivismo y no con la intensificación del extractivismo. El capitalismo, abandonado a sí mismo, sólo conduce a más capitalismo, por trágicas que sean las consecuencias.

En tercer lugar, hay que compatibilizar la eficiencia de los servicios públicos con su democratización y descolonización. En una sociedad tan heterogénea como la ecuatoriana, hay que reconocer que el Estado, para ser legítimo y eficaz, tiene que ser un Estado heterogéneo, conviviendo con la interculturalidad y, de manera gradual, con la propia plurinacionalidad, siempre en el marco de la unidad del Estado garantizada por la Constitución. La patria es de todos, pero no tiene que ser de todos de la misma manera. Las sociedades que fueron colonizadas todavía hoy están divididas en dos grupos de poblaciones: los que no pueden olvidar y los que no quieren recordar. Los que no pueden olvidar son aquellos que tuvieron que construir como suya la patria que comenzó siéndoles impuesta
por extranjeros; los que no quieren recordar son aquellos a los que les cuesta reconocer que la patria de todos tiene en sus raíces una injusticia histórica que está lejos de ser eliminada y que es trabajo de todos eliminarla gradualmente.


terça-feira, 13 de maio de 2014

Link sobre artigo a respeito de precedente no STF


 http://www.conjur.com.br/2014-mai-13/stf-viola-igualdade-decisoes-diferentes-renuncia-mandato

quarta-feira, 7 de maio de 2014

07/05/2014 
STJ julgará repetitivos sobre medicamento
Por Arthur Rosa | De São Paulo


Os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STF) cansaram de esperar por uma resposta do Supremo Tribunal Federal (STF) e vão definir, por meio derecurso repetitivo, se o Estado é obrigado fornecer medicamentos de altocusto não listados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tema está em repercussão geral no Supremo desde 2007. O relator é o ministro Marco Aurélio.
A questão será analisada pela 1ª Seção do STJ por meio de dois processos,que até então estavam sobrestados. Um deles discute a possibilidade deaplicação de multa prevista no artigo 461 do Código de Processo Civil (CPC) contra ente estatal que descumprir decisão para o fornecimento de medicamento.

Em 2009, o Supremo chegou a realizar uma audiência sobre saúde pública,mas o processo ainda não foi levado a julgamento. Dois anos depois, em 2011, os ministros reconheceram a repercussão geral em outra ação sobre otema. Vão discutir se devem ser fornecidos a pacientes medicamentos nãoregistrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O relator também é o ministro Marco Aurélio.Enquanto o STF não julga as questões, União, Estados e municípios respondem a uma avalanche de ações, que têm afetado os cofres públicos. Só para o governo federal, o impacto de uma derrota em todos os processosseria de R$ 3,93 bilhões - o equivalente a 4% do orçamento deste ano do Ministério da Saúde (cerca de R$ 106 bilhões). O valor está no anexo"Riscos Fiscais" da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - Lei n 12.919,de dezembro de 2013.
Juízes veem com restrição cortes de orçamento
Por Juliano Basile | De Ouro Preto


Os supremos tribunais não devem aceitar passivamente cortes no orçamento de programas sociais pelo Executivo, mesmo que essas medidas sejam feitas para superar crises econômicas. Essa foi a posição dominante do primeiro encontro no Brasil da Comissão de Veneza, um organismo compostos por especialistas e juízes de Cortes Constitucionais de 59 países para debater a atuação desses tribunais ao redor do mundo. A prevalecer esseentendimento, os governos de países que fizerem ajustes fiscais e cortes no orçamento de seus programas sociais, num futuro próximo, devem terdificuldades para obter a aprovação dos mesmos perante a Justiça.
"Os juízes possuem um papel primordial, pois são os garantidores dos direitos dos indivíduos e devem atuar para que as políticas públicas não comprometam a proteção aos direitos fundamentais", afirmou Gianni Buquicchio, presidente da comissão.
"Nós temos que estar atentos aos imperativos impostos pela crise em tempos de austeridade, mas, ao mesmo tempo, garantir os direitos", disse Carmen Alanis, juíza da Corte Federal Eleitoral do México. "Relativizar os direitos humanos pode causar afetações maiores do que as das próprias crises", continuou.
O presidente da Corte Constitucional da Colômbia, Luis Ernesto Vargas Silva, defendeu o papel dos juízes de garantir direitos sociais em tempos de austeridade fiscal. "Acusam-nos de dar sentenças irresponsáveis, poisos recursos fiscais são finitos e podem acabar, mas há países que usam recursos para a guerra ou para o pagamento da dívida externa, e não parareconhecer os direitos", afirmou.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, integrante da comissão, avaliou que o desafio dos tribunais está na "responsabilidade que devemos ter para não ir nem tão depressa para que não pareça uma afronta nem tão devagar".
Por sugestão do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, foi criado um fórum permanente na América Latina para debater a atuação dos tribunaisdiante de problemas comuns que enfrentam, como as respostas que devem dar às crises econômicas internacionais.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Linha de pesquisa da aluna de iniciação cientifica PUC-rio Larissa Duarte.
Orientação Professor: Jose Ribas Vieira.

RESUMO: Em termos de Constitucionalismo na América Latina, há uma naturalização do entendimento que na região predominou o caos institucional, todavia um estudo mais atento demonstra que grandes juristas latino-americanos não se limitavam à réplica acrítica do constitucionalismo clássico predominante na Europa e nos Estados Unidos, construindo pensamentos inéditos, a exemplo do “Novo Constitucionalismo Latino-Americano”. O objetivo do trabalho, destarte, é contribuir para o aprofundamento do estudo do constitucionalismo na América Latina, utilizando como base a obra de Gargarella (Latin American constitucionalismo, 1810-2010: The engine room of the Constitution) e seu estudo histórico-jurídico das instituições que emergiram em meio a debates ideológicos travados entre conservadores, republicanos e liberais, que divergiam quanto a dois pressupostos básicos: autonomia individual e autogoverno coletivo. O que se observou na região foi a predominância da aliança forjada entre liberais e conservadores que visava, precipuamente, a manutenção do status quo, refletindo na perpetuação de uma ideia mais restrita acerca da democracia ao longo da história. Assim, a “sala de máquinas” dessas Constituições e seu arcabouço continuaram inalterados, conservando as tensões sociais e mantendo o controle nas mãos dos poderes estabelecidos sem a devida abertura à participação popular. Nesse trabalho, será demonstrado como se pretendeu garantir a democracia e a normatividade constitucional por meio da análise das experiências brasileira com a promulgação do Código Florestal e argentina com as discussões acerca da constitucionalidade da Ley de Medios, acentuando-se as interfaces do constitucionalismo na América Latina e os desafios a serem enfrentados. 




06/05/2014(Continuação da reportagem)
Ajuste fiscal rigoroso deve ir parar no Judiciário, diz Barbosa
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Por Juliano Basile | De Ouro Preto
Claudio Belli/Valor

“Segundo Barbosa, caso haja diminuição nos gastos sociais no Brasil, a tendência é a de que as pessoas prejudicadas entrem com ações e o STF seja chamado a julgá-las. "Até agora, não tenho informação sobre a natureza e o montante de eventuais cortes, mas é muito provável que a questão seja levada ao STF”.

Nessa hipótese, a função do Supremo, na visão de Barbosa, seria a de proteger e garantir os direitos sociais, mesmo em tempos de dificuldades financeiras. "Em diversas ocasiões, o Judiciário acaba por ser levado adirimir controvérsias sobre a procrastinação de direitos sociais previstos na Constituição em razão da omissão dos órgãos estatais competentes para assegurá-los", apontou Barbosa. Ele enfatizou que o Supremo tem entendido que o governo, seja ele representado pela União, pelos Estados ou municípios, deve implementar políticas públicas de modo a" dar eficácia a esses direitos".

"É assim que, em diversos acórdãos e decisões, o STF reconheceu que, diante da omissão inconstitucional do Executivo e do Legislativo, não há que se falar em ofensa ao princípio da separação de poderes pela atuação do Judiciário em razão da supremacia da Constituição", continuou o ministro. Barbosa advertiu ainda que, se o governo não prover os cidadãos de
condições de saúde e de educação previstas na Constituição, o STF deve agir para efetivar esses direitos, mesmo que houver previsão orçamentária reduzida paratanto.

06/05/2014(Primeira parte da reportagem)
Ajuste fiscal rigoroso deve ir parar no Judiciário, diz Barbosa
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Por Juliano Basile | De Ouro Preto
Claudio Belli/Valor

Barbosa diz que caberá à Corte garantir verba para atender às demandas sociais O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou que, se o país tiver que fazer ajustes fiscais mais rigorosos e cortes no orçamento no futuro, caberá à Corte garantir a verba necessária para atender às demandas sociais da população.

"Neste momento, enquanto alguns países estão tentando sair da crise mundial, outros começam a sentir os efeitos dessa crise, como é o nosso caso", disse Barbosa, em Ouro Preto (MG), onde fez a abertura da primeira reunião no Brasil da Comissão de Veneza. O grupo é composto por membros de 59 países e faz reuniões para aprovar pareceres e promover a troca de informações sobre os desafios dos supremos de várias nações. O tema central da reunião no Brasil foi a maneira pela qual os juízes devem responder a crises econômicas que levam governos a cortar investimentos sociais.
“Segundo Barbosa, caso haja diminuição nos gastos sociais no Brasil, a tendência é a de que as pessoas prejudicadas entrem com ações e o STF seja chamado a julgá-las. "Até agora, não tenho informação sobre a natureza e o montante de eventuais cortes, mas é muito provável que a questão seja levada ao STF”.
Nessa hipótese, a função do Supremo, na visão de Barbosa, seria a de proteger e garantir os direitos sociais, mesmo em tempos de dificuldades financeiras. "Em diversas ocasiões, o Judiciário acaba por ser levado adirimir controvérsias sobre a procrastinação de direitos sociais previstos na Constituição em razão da omissão dos órgãos estatais competentes para assegurá-los", apontou Barbosa. Ele enfatizou que o Supremo tem entendido que o governo, seja ele representado pela União, pelos Estados ou municípios, deve implementar políticas públicas de modo a" dar eficácia a esses direitos".

"É assim que, em diversos acórdãos e decisões, o STF reconheceu que, diante da omissão inconstitucional do Executivo e do Legislativo, não há que se falar em ofensa ao princípio da separação de poderes pela atuação do Judiciário em razão da supremacia da Constituição", continuou o ministro. Barbosa advertiu ainda que, se o governo não prover os cidadãos de
condições de saúde e de educação previstas na Constituição, o STF deve agir para efetivar esses direitos, mesmo que houver previsão orçamentária reduzida para tanto.
“Segundo Barbosa, caso haja diminuição nos gastos sociais no Brasil, a tendência é a de que as pessoas prejudicadas entrem com ações e o STF seja chamado a julgá-las. "Até agora, não tenho informação sobre a natureza e o montante de eventuais cortes, mas é muito provável que a questão seja levada ao STF”.
Nessa hipótese, a função do Supremo, na visão de Barbosa, seria a de proteger e garantir os direitos sociais, mesmo em tempos de dificuldades financeiras. "Em diversas ocasiões, o Judiciário acaba por ser levado adirimir controvérsias sobre a procrastinação de direitos sociais previstos na Constituição em razão da omissão dos órgãos estatais competentes para assegurá-los", apontou Barbosa. Ele enfatizou que o Supremo tem entendido que o governo, seja ele representado pela União, pelos Estados ou municípios, deve implementar políticas públicas de modo a" dar eficácia a esses direitos".

"É assim que, em diversos acórdãos e decisões, o STF reconheceu que, diante da omissão inconstitucional do Executivo e do Legislativo, não há que se falar em ofensa ao princípio da separação de poderes pela atuação do Judiciário em razão da supremacia da Constituição", continuou o ministro. Barbosa advertiu ainda que, se o governo não prover os cidadãos de
condições de saúde e de educação previstas na Constituição, o STF deve agir para efetivar esses direitos, mesmo que houver previsão orçamentária reduzida para tanto.....

segunda-feira, 5 de maio de 2014

União e decisões judiciais

05/05/2014 às 05h00
Em 2013, pela primeira vez, União ganha mais do que perde em decisões na Justiça
Valor
Por Juliano Basile | De Brasília
Pela primeira vez na história, o governo federal ganhou mais do que perdeu na Justiça. De acordo com um balanço da Procuradoria-Geral da União (PGU) a que o Valor teve acesso, de todas as decisões tomadas na Justiça, em 2013, a União obteve vitória em 51% das causas. Esse percentual aumentou para 53%, em fevereiro passado, perto da meta estimada para o fim do ano, que é de 53,5% de vitórias da União na Justiça.

Em todos os anos anteriores, a União perdeu mais do que ganhou. Em 2012, por exemplo, o saldo foi de 38% de vitórias. A virada se deu devido a um planejamento estratégico, pelo qual os advogados e procuradores da União passaram a dar atenção especial aos juízes que costumam tomar decisões contrárias ao Poder Público.


A Procuradoria-Geral da União (PGU), um dos principais braços da Advocacia-Geral da União (AGU) ao lado das procuradorias da Fazenda, Federal e do Banco Central, passou a monitorar as varas de todo o país para identificar quais eram as mais refratárias às causas do governo federal.

A partir desse levantamento, foi possível verificar que, no Estado do Espírito Santo, por exemplo, houve uma leva de 1.267 sentenças contrárias ao governo no pagamento de auxílio-alimentação em apenas um mês. Esse número acendeu um sinal de alerta na PGU, porque as 30 mil ações em que servidores cobram o benefício podem causar impacto de R$ 100 milhões. Se os demais juízes do Brasil começassem a tomar decisões como a Justiça capixaba, o governo federal perderia a causa e novos pedidos de reajuste poderiam lotar o Judiciário, elevando ainda mais essa conta.

O caso do Espírito Santo mostra como os advogados da União estão atuando para reverter o quadro de decisões desfavoráveis e romper com o paradigma de que é fácil ganhar causas contra o Estado. A partir do alerta de que uma eventual derrota se espalhou pelo país, a PGU montou uma operação específica para a Justiça capixaba e outra em nível nacional envolvendo a tese de auxílio-alimentação.

Primeiro, foram enviados memoriais e pedidos de audiência aos juízes do Espírito Santo. Ao mesmo tempo, memoriais semelhantes foram despachados para outros Estados com o objetivo de evitar que o fenômeno capixaba se repetisse em outros locais. Por fim, o procurador-geral da União, Paulo Henrique Kuhn, foi tratar do assunto diretamente com o ministro Arnaldo Esteves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), presidente da Turma de Uniformização dos Juizados Especiais Federais.

De início, Esteves minimizou o caso, alegando que só votaria em caso de empate na Turma de Uniformização. Mas, após um empate em cinco votos a cinco, coube a ele dar o voto final. O ministro foi a favor da tese da União e o resultado do julgamento orientou todos os juízes do Brasil sobre ações envolvendo o auxílio-alimentação.

"Primeiro, identificamos o problema e, depois, fizemos o planejamento de atuação. Com o voto decisivo do ministro Arnaldo Esteves, ganhamos a causa", comemorou Kuhn.

Responsável por fazer a defesa da União na Justiça Federal, Trabalhista, Eleitoral e Militar, desde a primeira instância até os tribunais superiores, a PGU conta com 953 procuradores e 1.650 servidores. Trata-se do braço contencioso da AGU e é estratégica, pois responde por todas as causas contra a União, com exceção das ações tributárias, que ficam a cargo da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, e das que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), que ficam sob o acompanhamento do advogado-geral, ministro Luís Inácio Lucena Adams.

A PGU possui 69 procuradorias espalhadas pelo Brasil e atua em mais de 3,5 milhões de processos em todas as instâncias da Justiça. São duas mil matérias diferentes. Desse total, 60% são causas envolvendo servidores públicos. Essa é uma faceta curiosa do trabalho dos advogados e procuradores da União: na maioria dos casos eles estão trabalhando para defender o Estado contra ações de servidores do próprio Estado.

Os servidores civis e militares ingressam com todo o tipo de demandas contra a União, mas a maior parte se refere a disputas por benefícios e remuneração. A União responde por uma gama imensa de processos pedindo a correção de salários por causa de índices concedidos a determinadas categorias de servidores em detrimento de outras. É o caso das ações de equiparação de servidores civis ao reajuste de 28,86% dado, em 1993, aos militares e que permanece em discussão até hoje.

Nos últimos anos, a causa mais comum é a do auxílio-alimentação, mas outras também acenderam o sinal amarelo na Procuradoria-Geral da União. Recentemente, foram identificadas 7.807 decisões favoráveis ao fornecimento de medicamentos gratuitamente a pessoas necessitadas. Trata-se de uma tese que está ganhando força no Judiciário e pode levar ao aumento exponencial dos custos do governo com saúde pública.

De um total de 12.747 mil decisões sobre o assunto, a União ganhou apenas 3.192. Ou seja, as derrotas são mais do que o dobro do que as vitórias. Essas últimas representam apenas 25% das decisões sobre o assunto.

Para evitar a proliferação de novas decisões contrárias ao governo, a Procuradoria desenvolveu vários projetos. Primeiro, há a avaliação pormenorizada sobre os locais onde o governo mais perde na Justiça para a elaboração de uma estratégia localizada de ação, como foi feito no Espírito Santo.

Há também a verificação mensal do saldo de vitórias e derrotas. A Procuradoria sabe, por exemplo, que, em fevereiro de 2014, obteve 7.543 decisões favoráveis (53% do total) contra 4.877 desfavoráveis (34%) e 1.817 parcialmente favoráveis (13%). Esses números permitem à PGU realizar um gerenciamento mês a mês das causas.

Identificadas as grandes questões, há um banco de orientações e defesas mínimas para todo o Brasil. "Nós procuramos dar às unidades orientações sobre a linha de defesa da Advocacia-Geral da União em determinados temas", disse Kuhn.

"Eu não posso admitir que determinada matéria seja contestada de determinado modo no Rio Grande do Sul e de outro no Estado do Amazonas", disse o procurador. "Nós temos um cliente só, que é a União, e a linha de defesa tem que ser feita com alinhamento, e não de forma errática. Então, fazemos defesas mínimas para, se for o caso, levar o processo até o Supremo." Atualmente, há 30 teses para defesas mínimas a serem aplicadas em todo o país.

Por fim, para aplicá-las, foi desenvolvido um projeto chamado de Presença. Trata-se de manter atuação constante do advogado da União no tribunal da cidade em que ele atua. "Eu fui advogado privado durante dez anos e participava ativamente da vida dos tribunais. Fizemos esse trabalho de aproximação também da advocacia pública para estarmos em praticamente todas as sessões de julgamento dos tribunais do país e isso se reflete nos resultados", disse Kuhn